Évora. Marcha do Chega ordeira mas com poucos cuidados sanitários
Cerca de meio milhar de militantes e simpatizantes do Chega marcharam hoje em Évora contra o discurso antirracista, de forma ordeira, mas com muito poucos cuidados e distanciamento social dado o contexto da pandemia de covid-19.
© Global Imagens
Política CHEGA
Com um atraso de quase meia-hora, o presidente do partido nacional populista, André Ventura, chegou, escoltado por seguranças, à porta velha da Lagoa, uma das entradas para o centro histórico da cidade, onde já o esperavam centenas de apoiantes, envergando t-shirts e bandeiras brancas do Chega e cartazes e tarjas com os nomes do seus locais de residência: Braga, Guimarães, Vila Verde, Vizela, Castelo Branco, Leiria.
"Évora também é nossa", congratulou-se Ventura, referindo-se à tradição de voto comunista no Alentejo, precisamente no centro de uma cidade cuja autarquia é dirigida pela Coligação Democrática Unitária (PCP, "Os Verdes"), pelas 20:35, após um desfile de menos de um quilómetro pelas ruas eborenses.
Uma esmagadora maioria de homens de meia idade foi gritando as palavras de ordem: "Chega, Chega! Portugal, Portugal! André, em frente, tens aqui a tua gente! André, amigo, o povo está contigo!", sempre num ajuntamento desregrado, com pouca ou nenhuma distância social.
Por exemplo, o "número dois" do partido, Diogo Pacheco do Amorim, esteve sempre sem máscara, assim como dezenas de outros manifestantes, que marcharam ao ritmo de dois bombos oriundos de Viana do Castelo: "contra a corrupção, racismo é distração".
Noutra tarja, lia-se "António Costa = Nicolas Maduro, corrupção familiar, 'fake' socialist media", enquanto a marcha era encabeçada pela faixa: "Portugal não é racista".
Empunhando um microfone durante todo o percurso, André Ventura foi repetindo as palavras de ordem e sublinhando o apoio do Chega aos profissionais das forças de segurança.
Na chegada à praça do Giraldo, uma varanda tinha um lençol com a inscrição "o fascismo é uma péssima aventura", ladeado por cravos, como que a tomar partido pelo outro lado da via pública, ocupada pelos manifestantes antifascistas (cerca de 200), com aparelhagem sonora a debitar "Grândola Vila Morena" ou "A cantiga é uma arma".
Os marchantes do Chega, que ocuparam um quarto da praça, cantaram o hino nacional enquanto do outro lado se ouviam canções de Zeca Afonso e de Sérgio Godinho, atrás de baias metálicas e com menos de metade do contingente, sob musculada presença da PSP.
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