O Iniciativa Liberal foi o primeiro partido a ser recebido, esta segunda-feira, pelo primeiro-ministro sobre o Plano de Recuperação e Resiliência. Em declarações aos jornalistas no Palácio de São Bento após o encontro, João Cotrim Figueiredo disse-se decepcionado com o plano: "Não vimos nas escolhas que nos foram apresentadas grandes diferenças em relação ao que já tínhamos apresentado como defeitos ao plano de António Costa Silva".
Para o deputado único e líder do partido, o documento é "um catálogo de ideias com demasiadas prioridades", chegando mesmo a ter "alguns aspectos que são propagandísticos do ponto de vista político".
Para Cotrim, "a questão é muito simples: Portugal nos melhores anos de execução dos fundos estruturais conseguiu aplicar cerca de 3,2 milhões de euros. O período que se avizinha nos próximos seis a sete anos exige execuções anuais na casa dos sete mil milhões de euros, mais do dobro, e o Governo prepara-se para ter o mesmo tipo de gestão e governação desses fundos".
Mais, para o deputado, se o Governo não mudar de trajectória, irá desperdiçar "esta oportunidade única para mobilizar a sociedade portuguesa como um todo para um desafio que devia ser todos", que se prende com uma alteração da "estrutura económica e social do país para possa definitivamente se desenvolver, e aspirar a níveis de bem-estar social e económico que até agora não se conseguiu".
"Pode ser o indício de uma oportunidade perdida. Não ficámos com muita esperança que isto venha a acontecer com este governo", acrescentou.
Ao Iniciativa Liberal (IL), segue-se o PEV, o PCP e o PAN. Durante a parte tarde, a partir das 15:00, o primeiro-ministro reúne-se primeiro com o Chega, seguindo-se o CDS, o Bloco de Esquerda e o PSD.