O Bloco de Esquerda (BE) exigiu, esta segunda-feira, que as verbas provenientes da União Europeia para o Plano de Recuperação e Resiliência, sejam um "apoio consistente e não um apoio que seja de mais endividamento".
Uma exigência feita pela líder do partido, Catarina Martins, no final da reunião com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre o Plano de Recuperação e Resiliência a apresentar por Portugal na União Europeia.
"A União Europeia (UE) tem tido muitos anúncios e muito poucas decisões e é constrangedor para toda a gente o número de reuniões onde não se decide absolutamente nada. É uma enorme falência da União Europeia na sua capacidade de resposta à crise. Espero que a decisão seja agora, no final da semana. Além disso, é de recordar que neste momento estamos a falar sobre hipóteses, de possibilidades, de cenários hipotéticos. Não há ainda uma decisão de apoio consistente e não um apoio que seja de mais endividamento", atirou a bloquista.
Durante a mesma intervenção, Catarina Martins salientou que há uma "preocupação do BE" que necessita de resposta "imediata": o facto de a pandemia da Covid-19 ter adiado consultas, exames e cirurgias.
"Nós temos uma enorme dívida de gratidão com o SNS, com os seus trabalhadores na forma como responderam à pandemia, mas não podemos fechar os olhos ao desespero das populações que não têm uma consulta que foi adiada, aos exames que foram adiados, à cirurgia que foi adiada e que é tão necessária às suas vidas", atirou, acrescentado que o SNS precisa de mais contratações.
"Com a pandemia da Covid-19 o Governo nunca avançou de facto com estas contratações [de profissionais de saúde] e estamos, neste momento, nesta situação muito complicada de não ter sido executado o que estava no Orçamento para 2020. Temos hoje menos médicos no SNS do que tínhamos há um ano e os profissionais que foram contratados para responder à Covid-19, nomeadamente enfermeiros e assistentes operacionais, temos neste momento menos no SNS do que tínhamos na primeira fase da pandemia, com profissionais exaustos porque, entretanto, não tiveram férias e fizeram milhões de horas extraordinárias, literalmente, milhões de horas extraordinárias", recordou.