Catarina Martins recordou, esta sexta-feira, as 'linhas vermelhas' do Bloco de Esquerda (BE) para viabilizar a proposta do Orçamento do Estado para 2021. "Prevenir vagas de despedimentos, garantir apoio às vítimas da crise, garantir que o SNS funcione e não permitir que a Lone Star continue a levar dinheiros públicos" são "objetivos claros em cima da mesa" do BE.
Em declarações aos jornalistas em S. Miguel, nos Açores, a líder bloquista defendeu que "é essencial que no Orçamento do Estado haja uma resposta de apoio social que permita às pessoas sobreviver a uma pandemia que infelizmente não vai acabar este mês e que vai continuar a provocar perda de rendimento e desemprego durante o próximo ano".
É por isso imperioso que os apoios que estão na forja para o próximo ano "não fiquem mais pequenos do que os que houve este ano porque estas pessoas vão estar sem rendimento mais meses". Esta realidade aplica-se tanto "no turismo, como na cultura, como na restauração, como é noutras áreas cuja atividade depende do encontro entre pessoas e que neste momento está suspensa totalmente ou em parte".
Para Bloco de Esquerda, "estas pessoas não podem ficar sem nada. Não podemos dizer-lhes que o Orçamento do próximo ano não contempla apoio".
Catarina Martins atirou ainda farpas a António Costa, que, em entrevista ao jornal Público, defendeu que "o limite para um acordo no Orçamento é o bom senso". Para a bloquista, "é importante ter sensatez e sentido de responsabilidade para construirmos as soluções para o país".
O próximo ano, considerando a continuidade da pandemia de Covid-19, "é de enorme responsabilidade na resposta ao país, a quem perdeu tudo, ao SNS e à recuperação da economia". E é por isso que "o Bloco de Esquerda coloca objetivos claros em cima da mesa. É preciso ter uma proteção social que se estenda durante o próximo ano, que não deixe as famílias abaixo do limiar da pobreza".
São necessários "apoios fortes à economia" e estes apoios, vincou a líder partidária, "devem ter como contrapartida a garantia de empregos e salários e é preciso impedir despedimentos em empresas que têm acesso a apoios. Há uma corrida para o fundo economia porque se está a privilegiar empresas que não assumem responsabilidades sociais".
Já quanto ao tema do Novo Banco, Catarina Martins reiterou que "ninguém compreenderia que o Parlamento se comprometesse com mais dinheiro para a Lon Star, acionista do Novo Banco, sem antes haver uma auditoria".