Governo admite adotar medidas "mais intensas" nos concelhos mais afetados

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro sublinhou que há "grandes diferenças" entre os 121 concelhos com maior risco de infeção.

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Mafalda Tello Silva
09/11/2020 10:13 ‧ 09/11/2020 por Mafalda Tello Silva

Política

Covid-19

Horas após ter entrado em vigor o novo Estado de Emergência, Tiago Antunes, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, revelou que o Governo deverá avançar com medidas de restrição "ainda mais intensas" para combater a propagação da Covid-19 nos concelhos mais afetados pela pandemia

"Teremos de ter algumas medidas ainda mais intensas naqueles concelhos onde há de facto transmissão comunitária ativa, neste momento", adiantou o responsável, em declarações à RTP, durante a manhã desta segunda-feira. 

Recordando que o Executivo irá rever quinzenalmente a evolução da pandemia face às medidas tomadas, Tiago Antunes explicou que o Governo também irá ter um olhar particularmente atento ao cenários decorrentes nos 121 concelhos, "porque há grandes diferenças" entre os mesmos.

"Há diferenças muito significativas entre os concelhos. Há uns que estão ligeiramente acima da linha [do critério de mais de 240 novos casos por 100 mil habitantes] e há concelhos, como Paços de Ferreira, o caso mais grave, que tem cerca de quatro mil casos por 100 habitantes. Portanto, será preciso fazer uma distinção entre concelhos, com regras mais específicas para situações mais preocupantes", justificou.  

Defendendo que "ainda é cedo" para detalhar que novas medidas podem ser decretadas, o secretário de Estado Adjunto recordou que, contudo, há concelhos que poderão sair da 'lista' das zonas mais afetadas, tal como outros poderão passar a ser classificados como áreas de risco, sempre pelo mesmo critério. 

Ainda em direto no canal da televisão pública, Tiago Antunes garantiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "não está no limite" e "que há capacidade de crescer", devido, também, "à gestão muito elástica" dos hospitais. E, acrescentou: "Mas, à medida que se sente uma pressão no SNS, a nossa obrigação é achatar a curva e, para achatar a curva, temos de restringir contactos sociais e convívios e é essa a razão de ser das medidas que temos vindo a tomar"

Portugal encontra-se, desde as 00h00, em Estado de Emergência até 23 de novembro para combater a pandemia de Covid-19, impondo entre outras medidas o recolher obrigatório noturno em 121 concelhos com mais casos de infeção.

Esta medida de proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 5h00 em dias de semana e nos próximos dois fins de semana a partir das 13h00 é aplicada nos 121 concelhos considerados de risco elevado de transmissão da Covid-19. Entre estes municípios, que abrangem 70% da população residente, incluem-se todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

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