À saída do Palácio de Belém, Jerónimo de Sousa reiterou que o país precisa de "medidas de urgência" no plano económico e social e "não de estados de emergência".
"Algumas indústrias começam a ter problemas sérios e, no entanto, o Estado de Emergência acabou por prevalecer sem resolver o problema, pelo contrário", afirmou o líder comunista.
Além disso, acrescentou, "os portugueses têm de perceber [as restrições], as medidas têm de ser explicadas, [bem como] o seu alcance, as suas consequências, porque as pessoas têm esta aflição, têm os problemas a agravarem-se quotidianamente".
"E, nesse sentido informamos o Presidente da República que mantínhamos a nossa posição contra o Estado de Emergência", fez saber o líder comunista. O PCP, recorde-se, votou contra o atual Estado de Emergência por considerar ser "desnecessário" e por entender que não resolve os problemas da pandemia.
O Governo pretende prolongar por mais 15 dias o Estado de Emergência no país, estando o Presidente da República a receber os partidos para 'medir o pulso' político sobre essa possibilidade. Esta terça-feira, à saída do encontro com Marcelo, o partido Ecologista Os Verdes avançou que o Executivo estaria a planear dividir o país em três níveis diferentes, consoante o número de casos de infeção, de forma a aplicar medidas mais duras nuns e menos severas noutros.
Congresso? "Vai ser um exemplo"
Quanto ao Congresso do PCP, que se realiza de 27 a 29 de novembro, em Loures, Jerónimo de Sousa garante que "vai ser um exemplo demonstrativo de que é possível exercer direitos e liberdades, tomando as medidas".
Lembrando que o número de lugares foi reduzido para 50% e que estarão "ausentes milhares de convidados, delegações estrangeiras", o comunista reiterou que "todas as medidas sanitárias - de circulação e proteção individual - serão asseguradas. "É um congresso que permite dar garantias", defendeu.
Portugal registou 5.891 novos casos de infeção com o novo coronavírus e 79 mortes associadas à doença covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta quarta-feira.