"O Presidente da República não obstaculizou nem levantou dúvidas ou dificuldades em relação à sua realização [do congresso comunista]", garantiu Jerónimo de Sousa, à saída de uma audiência no Palácio de Belém, adiantando que tem havido ligação com a Direção-Geral da Saúde na preparação do evento.
O líder do PCP sublinhou que o partido já se decidiu pela redução para metade do número de delegados inscritos e a ausência dos "milhares de convidados" e membros de delegações estrangeiras.
"O nosso congresso vai ser um exemplo demonstrativo de que é possível exercer direitos e liberdades (ato cultural, evento, pequena restauração). Vai demonstrar. Vão ser tomadas todas as medidas sanitárias, em termos de circulação, proteção individual, o que permite dar garantias" de proteção da saúde dos participantes, assegurou.
Questionado insistentemente sobre a sua disponibilidade para continuar à frente do partido que lidera desde 2004, Jerónimo de Sousa reiterou as respostas evasivas que vem dando desde há mais de um ano.
"É o Comité Central que vai ser eleito que elege o secretário-geral. Não se trata de nenhum presidencialismo, trata-se de uma opção que o Comité Central vai ter de tomar. Já disse isto aí 50 vezes, mas repito: posso garantir que não vai ser um problema", disse.
Jerónimo esteve acompanhado pelo líder parlamentar, João Oliveira, no encontro com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, que está a ouvir os nove partidos com assento parlamentar desde terça-feira sobre a pandemia de covid-19, o estado de emergência e o Orçamento do Estado para 2021.
"Aquilo que estou a ser é um militante comunista que procura dar uma contribuição para o reforço do seu partido e continuar a atividade, seja em que circunstância for, na defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo. Essa é a minha disponibilidade, independentemente do grau de responsabilidade que possa assumir" concluiu.