Em declarações aos jornalistas, José Luís Carneiro adiantou que esta proposta de António Costa foi apresentada na parte final da reunião de hoje, no Infarmed, em Lisboa.
Estas reuniões, que surgiram por iniciativa do primeiro-ministro, com um objetivo de partilha de informação, começaram no dia 24 de março e decorreram até 08 de julho, em dez sessões no auditório do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde -, em Lisboa, inicialmente semanais e depois de periodicidade quinzenal.
Depois de terem estado interrompidas durante dois meses, foram retomadas em 07 de setembro, na Faculdade de Medicina da Universidade de Porto, onde, pela primeira vez, as intervenções dos especialistas tiveram transmissão aberta, seguindo-se uma nova interrupção de cerca de dois meses até hoje.
Falando depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter apresentado aos jornalistas as conclusões da reunião de hoje, o "número dois" da direção do PS salientou a "importância" da proposta do primeiro-ministro para que estes encontros entre políticos, parceiros sociais e peritos voltem a ter regularidade, como aconteceu entre março e julho.
"Estas reuniões permitem que todos os atores, não apenas aqueles que estão ligados à saúde, mas também todos aqueles os que têm responsabilidades na divulgação da informação, possam contribuir em cooperação para garantir que os portugueses dispõem de uma informação adequada para adoção de atitudes e comportamentos ajustados às necessidades do país", defendeu José Luís Carneiro.
Em termos epidemiológicos, o secretário-geral adjunto do PS classificou como "crítico" o atual momento do país.
"Todavia, sendo crítico, há indicadores que são relativamente positivos, designadamente a estabilização no que respeita ao crescimento [de casos de infeção] e uma diminuição no indicador de contágios. Isto significa que as medidas que foram adotadas têm de continuar a ser adotadas", advertiu.
José Luís Carneiro disse depois que, como o Presidente da República já afirmou, o estado de emergência deve continuar a vigorar em Portugal, tendo em vista garantir que produzam os seus efeitos medidas de caráter nacional, mas também as medidas "que garantem uma adequação à gravidade dos diferentes territórios locais, intermunicipais e regionais".
De acordo com o secretário-geral adjunto do PS, na decisão que vier a ser tomada pelo Governo, "não poderá deixar de se ter em consideração indicadores que foram apresentados pela Escola Nacional de Saúde Pública".
"Esses indicadores mostram que os piores receios dos cidadãos relativamente às condições de saúde, nomeadamente em termos psicológicos e sociais, começam a manifestar-se. Ou seja, é preciso que as medidas a adotar não estejam unicamente relacionadas com as garantias do confinamento em termos considerados ajustados às necessidades, mas que essas limitações tenham também em conta o conjunto do funcionamento da sociedade e as necessidades que temos enquanto comunidade nacional", apontou.
No que respeita aos avanços para a existência de uma vacina contra a covid-19, o secretário-geral adjunto dos socialistas referiu que, "se tudo correr como o previsto, sem qualquer contratempo, será possível iniciar campanhas de vacinação no primeiro trimestre de 2021, nomeadamente junto dos cidadãos que apresentam fatores de maior risco".