A posição foi assumida pelo líder parlamentar do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), José Luís Ferreira, no debate sobre a renovação do estado de emergência em que também defendeu a necessidade de o Governo "explicar convenientemente" as medidas que vier a adotar, embora, para tal, não precise do estado de exceção.
"Não é o estado de emergência que permite ao governo dar as respostas que se impõem. Por isso, os Verdes votam contra a sua renovação", afirmou o deputado do PEV.
O executivo, afirmou José Luís Ferreira, "não precisa do estado de emergência para nada" para "dotar o SNS de mais meios, de mais profissionais de saúde, de mais equipamentos ou para reforçar a capacidade de resposta dos centros de saúde e dos hospitais".
O deputado dos Verdes pediu ainda um "estado de coragem" ao Governo para por fim à situação "escandalosa e imoral" de os grupos privados de saúde estarem a "engordar os lucros" durante a pandemia.
José Luís Ferreira desafiou o Governo, "pelo menos neste período excecional", "em nome de uma justa compensação, procurar formas de, excecionalmente, fazer regressar ao Estado, os lucros que os grupos privados da saúde obtiverem com esta pandemia e canalizá-los diretamente para o combate á pobreza, para os apoios sociais".
"Haja moral e respeito neste combate que é coletivo e que exige o esforço de todos", pediu.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.350.275 mortos resultantes de mais de 56,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.701 pessoas dos 243.009 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.