A coordenadora voltou esta terça-feira a defender que "um orçamento para a saúde que iguala a despesa de 2019, sabe-se que não responderá a 2021", frisado que "se as regras também não mudam, dificilmente o SNS [Serviço Nacional de Saúde] terá as soluções de que precisa".
Nesse sentido, Catarina Martins considera uma "irresponsabilidade" que o PS se "tenha juntado à direita para chumbar propostas como a autonomia de contratação dos hospitais, a dedicação plena dos seus profissionais ou a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde".
Esta posição foi transmitida esta terça-feira numa publicação feita nas redes sociais. Esta segunda-feira, a coordenadora do BE já tinha lamentado que os socialistas não tivessem aprovado, nas propostas já votas na especialidade, as alterações dos bloquistas.
É por isso uma irresponsabilidade que PS se tenha juntado à direita para chumbar propostas como a autonomia de contratação dos hospitais, a dedicação plena dos seus profissionais ou a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde #OE21
— Catarina Martins (@catarina_mart) November 24, 2020
"Tem razão e achamos que é lamentável que assim seja", apontou, registando, "com enorme preocupação, que o PS, esta segunda-feira, tenha voltado a chumbar, com a abstenção da direita, a autonomia dos hospitais do SNS para fazerem contratações".
Embora não possa "fazer mais do que registar que o PS continua a insistir em medidas que não respondem à situação", a líder bloquista garantiu que "o BE mantém a esperança que as votações na especialidade possam ainda trazer alguma novidade substancial, o que até ao momento não se tem observado".
"Primeiro, o BE propôs que houvesse medidas no orçamento que impedissem a vaga de despedimentos e o PS recusou. Depois propusemos que se estendesse o subsídio de desemprego para quem perdeu o emprego e o PS está a recusar. Propusemos, enfim, que houvesse uma prestação extraordinária para os trabalhadores que, sem rendimento, também não têm acesso ao subsídio de desemprego e o PS está também a recusar", sintetizou.
De acordo com Catarina Martins, "o Governo recusou a ideia de prestação extraordinária ainda antes do Orçamento ser apresentado na generalidade" e, por isso mesmo, o BE votou contra o orçamento, considerando que "um orçamento que é pior do que o anterior, num ano em que a crise é maior, é um orçamento incompreensível e que não pode ter o voto do BE".
"Mas não desistimos e reapresentámos as propostas porque temos a noção que o Governo desvalorizou a segunda vaga da pandemia", explicou.
Na perspetiva da líder do BE, "este é o momento de olhar para o país e ter um orçamento que responda minimamente à crise" em que está hoje. "Insistimos até ao último momento na possibilidade de responder às necessidades mais básicas do nosso país perante uma das maiores crises que já vivemos", assegurou.