Faz hoje cinco anos que António Costa assumiu funções como primeiro-ministro e este período de "crescimento" e de "contas certas" foi "dramaticamente interrompido por esta pandemia que nos atingiu em março". Desde então, "o país tem estado em luta, procurando assegurar as melhores condições de resposta", afirmou o chefe do Governo, à saída da Assembleia da República, depois de ter sido aprovado o OE2021.
O quadro é "muito duro, mas hoje saímos da Assembleia com uma nova ferramenta que é o Orçamento do Estado, que reforça as condições do SNS para enfrentar a pandemia, para protegermos as famílias", apoiar "o emprego" e as "empresas".
O primeiro-ministro deixou, nestas declarações aos jornalistas, uma palavra de agradecimento aos que "não desertaram perante as dificuldades da crise e se empenharam em prosseguir o diálogo com o Governo".
O chefe de Governo lamentou, porém, que alguns "partidos tenham desertado e não tenham resistido à tentação populista de aprovar medidas que podem afetar a credibilidade internacional".
Perante este cenário, Costa deixou uma "palavra de confiança": "Tudo faremos para que aqueles que quiseram brincar com o fogo não queimem o país".
Sobre o facto de o plenário do Parlamento ter confirmado hoje a votação na especialidade da proposta orçamental do BE que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco, Costa limitou-se a garantir que "o Estado Português é um Estado de Direito, é um Estado que honra as leis e os contratos que assina e é isso que iremos fazer".
Hoje saímos desta Assembleia da República com uma nova ferramenta, muito importante: a aprovação do Orçamento do Estado. Este Orçamento reforça o @SNS_Portugal, melhora as condições de proteção das famílias e amplia medidas de apoio às empresas e ao emprego. #OE2021 pic.twitter.com/Jc9VSKc4tH
— António Costa (@antoniocostapm) November 26, 2020
É "triste" ver as ações políticas do Bloco e de Rui Rio
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, e tendo em conta a atual conjuntura do país, em que se enfrenta "uma crise grave" sanitária, económica e social, "é muito triste ver aqueles como o Bloco de Esquerda, que acompanhou o Governo nos últimos cinco anos, não hesitarem em desertar perante a primeira dificuldade".
"E é muito triste ver que um político com tantos anos de experiência como o doutor Rui Rio se permite deitar pela janela a credibilidade de afirmações que fez sobre portagens para votar uma disposição única e exclusivamente para poder obter uma popularidade efémera. Ora, a vida política não é feita para a popularidade efémera, mas para se cumprir o dever de se servir Portugal e os portugueses", defendeu.
Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2021 foi hoje aprovado, no Parlamento, apenas com os votos favoráveis do PS, e com a abstenção do PCP, PEV, PAN e das duas deputadas não inscritas.