Marisa Matias, eurodeputada e dirigente do Bloco de Esquerda, falava aos jornalistas no parque central da Amadora, distrito de Lisboa, no último dia de um conjunto de ações para recolha de assinaturas, tendo em vista a formalização da sua candidatura presidencial.
"Num contexto de pandemia, este processo não foi tão fácil como em outras ocasiões. Mas, com uma militância muito grande, já temos assinaturas mais do que suficientes. Estou aqui simbolicamente para agradecer a toda a gente que esteve envolvida neste processo e destaco que muito jovens de primeiro voto enviaram-nos diretamente assinaturas", declarou Marisa Matias.
Tendo ao seu lado a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, a candidata presidencial apoiada pelos bloquistas foi questionada se, tal como o candidato apoiado pelo PCP, João Ferreira, não abdicará de ações presenciais de campanha mesmo em tempos de epidemia de covid-19 em Portugal.
"Não vamos fazer nada que não cumpra as condições sanitárias - e essa é a primeira questão. Está a pedir-se um esforço gigante aos cidadãos e cidadãs portuguesas e não faremos nada que coloque em causa esse esforço, até porque precisamos de ultrapassar esta dificuldade associada à pandemia", salientou a eurodeputada do Bloco de Esquerda.
Porém, segundo Marisa Matias, "uma campanha não vive sem contacto com as pessoas".
"Agora não será com o mesmo tipo de iniciativas, nem o mesmo tipo de formato, porque isso é impossível num contexto de pandemia. Mas haverá sempre muito contacto com as pessoas, isso sem dúvida nenhuma", referiu.
Interrogada sobre as suas expectativas em relação a uma campanha presidencial em conjuntura de epidemia de covid-19, Marisa Matias salientou que "as condicionantes são transversais a todos os setores da sociedade".
"Portanto, temos de nos adaptar e procurarmos fazer o melhor debate possível. Cabe-nos não deixar que uma campanha não tenha a sua finalidade principal, que é ouvir as pessoas. Faremos isso com todas as condições sanitárias salvaguardadas. Estou preparada e espero que esta campanha decorra com a normalidade possível", acrescentou.