O Chega vai votar contra a renovação do Estado de Emergência, como anunciou André Ventura, ao final da manhã desta quarta-feira, depois de ter sido recebido pelo Presidente da República.
Em causa não está, como assegurou o deputado único do partido, "a desconfiança" no Chefe de Estado, "mas as restrições que o Governo tem regulamentado face ao Estado de Emergência. Nós estamos aqui com um decreto presidencial, mas não sabemos que o Governo vai regulamentar". Por isso, vincou, "o Chega não poderá dar um voto em branco a este Estado de Emergência, tal como não pudemos dar no último".
De acordo com o líder partidário, "há questões de fundo" com as quais o Chega não concorda, tais como a obrigatoriedade de os restaurantes fecharem as 13h.
André Ventura, como referiu aos jornalistas em conferência de imprensa, apelou ao Presidente "estabilidade e previsibilidade", por forma a que as pessoas saibam "com que o podem contar e não sejam feitas alterações na concentração de pessoas, na permissão de reunião familiar" numa altura em que se aproxima a época festiva.
Sem se alongar sobre o 'dossiê' presidenciais, que admitiu ter falado com o candidato Marcelo, Ventura acredita que "viveremos uma campanha em Estado de Emergência".
Com efeito, as campanhas presidenciais terão de ser "reorganizadas, com respeito pelos portugueses que têm de estar confinados". Caberá "aos candidatos organizar a campanha tendo em conta as regras de saúde pública", que devem ser "definidas pela Direção-Geral da Saúde".
O Presidente da República está hoje a fazer uma ronda de audiências com os partidos com representação parlamentar sobre a provável renovação do estado de emergência até 7 de janeiro.
De manhã, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu a Iniciativa Liberal (IL), Chega, Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV), partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), CDS e PCP. E à tarde recebe o Bloco de Esquerda, PSD e PS.
Marcelo já informou que não falará ao país sobre a provável renovação do Estado de Emergência até janeiro, como fez anteriormente, por ser agora candidato presidencial.
A seguir, vai consultar o Governo sobre o "muito provável" decreto de renovação do Estado de Emergência de 24 de dezembro até 7 de janeiro, disse o Presidente, em 10 de dezembro.
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