O líder do PAN reagiu, esta terça-feira, à morte de 540 animais numa montaria realizada recentemente no concelho da Azambuja, classificando-a como "uma chacina abjeta e que contraria tudo o que é o espírito e a vontade dos portugueses e das portuguesas na forma como nos relacionamos com os animais".
André Silva, em declarações à RTP, no Parlamento, apontou críticas tanto ao setor da caça, que "sabe há muito tempo que tem práticas anacrónicas", como à "maioria parlamentar" que tem chumbado as propostas do partido sobre o tema.
Apelando a uma revisão da lei de bases da caça e a que se "abandonem práticas medievais", o parlamentar detalhou que "diversos projetos do PAN foram chumbados por uma maioria parlamentar que acaba por ser a porta-voz do setor da caça no Parlamento, que está desatualizada e não quer mudar estas práticas".
Esta montaria, em que participaram 16 caçadores, "não é um caso isolado", garante André Silva, salvaguardando que "existem fotografias e vídeos por toda a Internet de montarias, batidas e perseguições que resultam na morte de dezenas ou centenas de animais".
Importa agora perceber se a montaria que tem chocado a opinião pública foi licenciada, nomeadamente "se foram pedidas as autorizações, se a empresa tinha o regularmente previsto, ou se estamos perante uma clara violação da lei, o que nos parece que sim".
André Silva acrescentou que, na caça, por exemplo, os animais devem ter locais para se refugiarem, o que não aconteceu nesta montaria. "Os animais foram encurralados entre paredes e abatidos de forma vil. Foi um massacre inaceitável à entrada da terceira década do século XXI".
Recorde-se que o Instituto da Conservação da Natureza abriu um processo para averiguar junto da Zona de Caça Turística de Torre Bela "os factos ocorridos e eventuais ilícitos" relacionados com o abate de 540 animais numa montaria na Azambuja.
Entretanto, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, manifestou-se chocado com o abate dos animais e fez saber, no Fórum TSF desta manhã, que deu ordem para revogar a licença de caça da quinta da Azambuja e que vai apresentar queixa ao Ministério Público.
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