Deputados recordam João Cutileiro, "nome maior da escultura portuguesa"

A Assembleia da República recordou hoje João Cutileiro, que morreu na terça-feira aos 83 anos, que qualificou como "nome maior da escultura portuguesa".

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© Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens

Lusa
08/01/2021 12:49 ‧ 08/01/2021 por Lusa

Política

Óbito

Cutileiro "cedo beneficiou do contacto com artistas e intelectuais que frequentavam a casa dos seus pais, como Abel Manta ou António Pedro, surrealista com quem se iniciou no desenho, em 1946, que, de resto, afirmava ser a origem de tudo", lê-se no voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

O voto foi aprovado por unanimidade e os deputados cumpriram um minuto de silêncio.

João Cutileiro morreu na terça-feira, aos 83 anos, após ter estado internado num hospital de Lisboa com graves problemas do foro respiratório.

Foi autor do Monumento ao 25 de Abril, instalado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, e em 1973, assinou a estátua de D. Sebastião, em Lagos, "alvo de violentas críticas" quando Portugal ainda vivia em ditadura, como se assinala no voto de pesar.

Cutileiro viveu e trabalhou em Évora desde 1985. Frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual ("Tentativas Plásticas") em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.

Foi condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último, concedido em 2017.

Em 2018, quando Cutileiro recebeu a Medalha de Mérito Cultural, numa cerimónia no Museu de Évora, foi formalizada a doação do espólio do escultor ao Estado português.

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