Encerramento de refinaria? PCP questiona a Comissão Europeia
Defende o PCP que o encerramento da refinaria de Matosinhos "representa um atentado à soberania energética de Portugal" e, por isso, colocou algumas questões sobre o tema à Comissão Europeia.
© Global Imagens
Política Matosinhos
Na sequência do anunciado encerramento da refinaria de Matosinhos, o PCP questiona a Comissão Europeia (CE) se recebeu "algum tipo de informação ou pedido de financiamento que sustente este encerramento, maquilhado de transição energética?".
Em nota partilhada no seu portal, o PCP recorda que a administração da Galp comunicou, em dezembro, a decisão de abandonar as operações da Refinaria de Matosinhos. A empresa justificou a medida com "problemas decorrentes da redução dos consumos de refinados durante a pandemia, mas que acabam por significar a consolidação clara de um contexto favorável à transição energética, seguindo as prioridades da Comissão Europeia".
Com efeito, defende o PCP que "é evidente que o fim da pandemia ditará um regresso do consumo aos níveis pré-Covid-19, e outra refinaria terá de produzir os combustíveis que até ao momento ali se produziam".
Este encerramento, atacam os comunistas, "representa um atentado à soberania energética de Portugal com a dependência do seu abastecimento de uma única refinaria, a possível importação para o abastecimento do Norte do país e a redução das suas exportações de refinados".
Simultaneamente, pode ainda ler-se na nota, o fecho das portas da refinaria irá resultar "no despedimento de centenas de trabalhadores qualificados, com consequências socioeconómicas evidentes".
O partido vai ainda mais longe e defende mesmo que o cenário constitui "um exemplo claro de como fundos públicos (nacionais ou da UE) podem, ao invés de contribuir para a coesão e desenvolvimento, promover desemprego e desigualdade".
O PCP questiona, por isso, a Comissão Europeia quais os Estados-membros que notificaram a CE do encerramento de refinarias e quantas instalações vão ser encerradas em 2021 e quantas estão previstas encerrar no decurso da próxima década e em que países da UE?
Recorde-se que o candidato à Presidência da República João Ferreira afirmou no domingo que o encerramento da refinaria de Matosinhos corresponde "a um crime" contra o país, contra a sua capacidade produtiva e a sua segurança energética.
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