Presidente e AR devem ponderar o adiamento das eleições, sugere Ana Gomes

A candidata presidencial Ana Gomes afirmou hoje que o Presidente da República e parlamento devem ponderar adiamento das eleições presidenciais devido à evolução da pandemia de covid-19, dizendo não desejar esse cenário, mas assegurando que não se oporá.

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Lusa
12/01/2021 16:13 ‧ 12/01/2021 por Lusa

Política

Presidenciais

Numa nota enviada à Lusa, a candidato defendeu que o Presidente da República "deverá naturalmente tirar consequências das previsões hoje feitas pelos especialistas" na reunião do Infarmed, na qual participou por videoconferência.

"Face aos dados hoje revelados imagino que também a Assembleia da República deva ponderar uma iniciativa no sentido do eventual adiamento das eleições presidenciais para data que permita a participação democrática e segura dos cidadãos e uma maior afluência às urnas sem riscos de saúde", refere.

A candidata considera que não lhe compete tomar essa iniciativa, mas sim aos deputados e ao Presidente da República.

"A mim, compete-me chamar a atenção para a gravidade da situação apontada pelos especialistas. Desde já adianto que não me oporei a um eventual adiamento das eleições presidenciais. Não o desejo - mas não me oporei", refere.

A antiga eurodeputada do PS assegura que estará de acordo "se os órgãos democráticos competentes entenderem que o adiamento das eleições presidenciais (para um período de maior normalidade) contribui para uma maior participação nas eleições e para diminuir os riscos de segurança sanitária, isto é, para valorizar o ato eleitoral e a qualidade da democracia"

"Repito, não o desejo - mas não me oporei", sublinhou a candidata numa posição enviada à Lusa e sintetizada num vídeo divulgado na sua conta de Twitter, que foi retirado por alguns minutos, mas depois novamente publicado.

Na mesma nota, a candidata considera "extremamente preocupantes" os dados a que hoje teve acesso na reunião com os especialistas, no Infarmed, e revela que ficou "chocada" com as previsões dos especialistas, "em particular as que apontam que o número de óbitos diários irá continuar a aumentar e o número de novos casos de covid poderá triplicar até ao final de janeiro".

"Saí convencida de que se tornou inevitável um novo período de confinamento", afirmou, defendendo que "só com o empenhamento de todos" será possível inverter a situação.

No plano político, a candidata considerou igualmente "muito preocupante" que esta evolução da pandemia "vá abranger o período de campanha e a própria data das eleições", 24 de janeiro.

"O senhor Presidente da República deverá naturalmente tirar consequências das previsões hoje feitas pelos especialistas", afirmou a candidata, que tem acusado Marcelo Rebelo de Sousa de ter marcado tardiamente as eleições presidenciais.

Questionada sobre a evolução da campanha de Ana Gomes e se a candidata já tinha indicações das autoridades sanitárias sobre um eventual isolamento devido ao debate no sábado com Marcelo Rebelo de Sousa, fonte da candidatura respondeu que a antiga eurodeputada se encontrava "em casa a aguardar mais informações" sobre a condição do Presidente e recandidato, bem como "indicações da Direção-Geral de Saúde".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teve hoje um segundo teste negativo de diagnóstico do novo coronavírus, depois de na segunda-feira ter testado positivo, e aguarda orientações das autoridades de saúde.

Na segunda-feira à noite, a Presidência da República comunicou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha realizado um teste PRC com resultado positivo, mas estava assintomático, em isolamento no Palácio de Belém, em Lisboa.

Já em isolamento, nessa noite o chefe de Estado realizou novo teste PCR, cujo resultado negativo foi conhecido hoje de manhã e, na sequência destes resultados díspares, hoje realizou um "teste confirmativo" agora divulgado, também negativo.

Leia Também: Presidenciais. Portugueses já começam a votar antecipadamente na Bélgica

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