Em declarações à agência Lusa, o presidente sintrense argumenta que a posição dos dois vereadores é "grave", pois coloca em causa uma posição assumida pela autarquia e que foi aprovada em reunião do executivo camarário, inclusive com os votos favoráveis do PSD.
"O nosso hospital só veio para Sintra porque dissemos que o pagávamos. Caso contrário, isso não aconteceria. E foi uma decisão aprovada por todos, com exceção da CDU. Há um protocolo assinado pela Câmara Municipal de Sintra e pelo Governo, em que a autarquia se compromete a pagar o hospital e o Governo a pagar o equipamento e a manter o hospital em funcionamento, pelo que é de uma deselegância extrema assumirmos um compromisso e agora dizermos ao Governo que tem de pagar o hospital. É uma questão de seriedade e honorabilidade", sublinha Basílio Horta.
Além disso, o autarca explica que a proposta hoje apresentada pelos vereadores Andreia Bernardo e Nuno Lopes "não faz qualquer sentido" porque a Câmara de Sintra e o próprio Governo já incluíram a obra na lista de projetos a serem apoiados pelo Pacto de Resiliência.
"A construção do hospital e o financiamento da sua construção já consta do pacto de resiliência. Ou seja, nos vários investimentos que vamos propor que sejam financiados pela Europa, consta o nosso hospital, tal como acontece na proposta apresenta pelo Governo a esse apoio. Portanto, não há que pedir ao Governo para financiar aquilo que será financiado pela Europa, e o PSD sabe perfeitamente disto", termina o autarca de Sintra.
Nas declarações à Lusa, Basílio Horta recordou ainda que as propostas para a construção da infraestrutura serão conhecidas em 15 de janeiro, sendo depois feita a adjudicação e respetiva fiscalização pelo Tribunal de Contas.
Quanto ao começo da obra, o autarca revela que gostava que esta arrancasse no dia 25 de abril, dia para o qual está também agendada a inauguração do novo centro de Saúde de Algueirão Mem Martins.
Os vereadores do PSD da Câmara de Sintra apresentaram hoje, em reunião do executivo camarário, uma moção onde exigem que seja o governo a suportar a totalidade do custo do Hospital de Proximidade de Sintra.
Em comunicado, os vereadores Andreia Bernardo e Nuno Lopes defendem que "os sintrenses não podem ficar prejudicados em investimentos na rede de jardins de infância, no parque habitacional, no desporto, na juventude, na ação social e no apoio ao tecido empresarial" por terem de "colmatar falhas do governo na área da saúde".
Leia Também: PSD: Pandemia não se pode continuar a combater com "receitas de 2020"