"SNS não vai ter elasticidade, já atingiu o seu limite em muitos aspetos"
Ricardo Batista Leite defende que Portugal se devia transformar numa "ilha sanitária", como a Dinamarca, para evitar uma terceira vaga.
© Facebook / Ricardo Batista Leite
Política Covid-19
O médico e deputado do PSD Ricardo Batista Leite garantiu, na noite desta quarta-feira, na SIC Notícias, que as medidas tomadas hoje pelo Conselho de Ministros e o regresso ao confinamento domiciliário já não vão a tempo de dar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) a elasticidade necessária para dar a devida resposta a todos os doentes que procurem os hospitais públicos.
"O SNS não vai ter elasticidade, já atingiu o seu limite em muitos aspetos. Aquilo que se defendeu desde o início era uma acordo global entre os três setores, Público, Privado e Social, para a ministra da Saúde poder gerir o sistema como um todo, neste contexto de exceção que é uma pandemia. Optou-se apenas por utilizar o SNS e, depois, de forma casual, à medida das necessidades em contexto de emergência as ARS contrataram serviços nos privados, o que diminui a eficiência do impacto que se poderia tirar deste tipo de contratação, para além da desorganização que daí resulta", explicou.
Além disso, para Batista Leite a "economia e a saúde são duas faces da mesma moeda", principalmente, no contexto pandémico, ou seja, "por mais que se queira investir nos apoios, Portugal não tem uma elasticidade como têm, por exemplo, os Países Baixos".
Portanto, a nossa "única vantagem" em relação à Europa é, segundo o parlamentar, "o nosso posicionamento geográfico, que é sermos um país periférico, com uma só fronteira terrestre".
Por isso mesmo, defendeu o social-democrata na antena da SIC Notícias, "tal como a Dinamarca, transformar Portugal numa ilha sanitária". De acordo com Batista Leite só desta forma podíamos ter evitado uma segunda vaga e poderemos evitar a "tal terceira vaga, a seguir a este confinamento".
"É a única forma de encontrarmos aqui um mecanismo para nos tornarmos uma exceção quanto a resto da Europa que, inevitavelmente, vai andar nestes ios-ios de confinamentos. A única forma para termos alguma vantagem económica, particularmente nas áreas de serviços, particularmente no setor do turismo", afirmou.
"Infelizmente", salientou o deputado, "aquilo que tem sido a nossa estratégia é ir atrás daquilo que tem sido a estratégia dos outros países europeus, quando devíamos ir atrás daqueles que têm gerido melhor, como a Dinamarca, a Coreia do Sul".
"Para evitar a terceira vaga, é preciso testar, identificar e isolar todos os infetados e suspeitos em 24h. Não há outra forma e isso exige investimento", concluiu, por fim.
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