David Justino fez uma declaração, esta manhã, acerca do que está a falhar, na opinião do seu partido, no combate à pandemiada Covid-19 em Portugal, versando ainda sobre o voto antecipado que ocorreu ontem por todo o país. O "PSDvotou favoravelmente o diploma que instituiu o Estado de Emergência à semelhança de todosanteriores e semelhantes que foram adotados desde março do ano passado", começou por afirmar, sendo que, deste modo, "o Governo não poderá queixar-se de falta de colaboração do maior partido da oposição, facto que o tem feito de forma que nós consideramos desleal nos últimos dias, com vista a proporcionar-lhe as condições legais para um combate eficaz à pandemia".
Porém, prosseguiu, "o PSDnão pode subscrever o conjunto de medidas que foram adotadas". "Em primeiro lugar pela oportunidade: o Governo continua a correr atrás do prejuízo em vez de antecipar e de planear as suas intervenções" e "em segundo lugar, pela coerência: as medidas de confinamento foram mal e tardiamente desenhadas".
Em terceiro lugar, David Justino apontou a eficácia: "Quando se elencam 52 exceções, isto é dar o sinal contrário ao reforço da regra. Quando as exceções abundam, a regra desaparece". Por fim, para o partido, "reconhecer que decretar o confinamentosem qualquer fiscalização é ser conivente com a desobediência".
No seguimento, "o PSD exorta o Governo a restringir de forma drástica o número de exceções e a rever algumas situações com maior poder estruturante, como sejam a maioria dos serviços públicos, o setor da Educação e da Administração central e local, cujo contributo diretopara a produção nacional é mais reduzido".
Voto antecipado? "Surpreendeu-nos as declarações do ministro da Administração Interna"
Sobre o voto antecipado nas Eleições Presidenciais que ontem teve lugar em todo o país, David Justino avançou: "Surpreendeu-nos as declarações do ministro da Administração Interna. Depois de ter esperado duas horas para poder votar, o senhor ministro declarou que tudo correu bem. Mais: conseguiu ver uma alegria semelhante à das primeiras eleições democráticas. A afirmação é de tal forma delirante que se cobre de ridículo".
O vice-presidente do PSD frisou ainda que a Comissão Nacional de Eleições referiu terem havido "falhas injustificáveis, deficiente organização e excesso de exposição ao contágio".O ministério organizouo processo de "forma amadora e desleixada, sujeitando os eleitores a longas filas de espera". "O Governo não pode contribuir para a desmobilização dos eleitores nem desvalorizar o importante ato eleitoral que representa a eleição para a Presidência da República".
"Se o PS é o derrotado antecipado destas eleições, o Governo não poderá enveredar pelo mesmo caminho. Se não quis equacionar o cenário de adiamento, tal como o PSDadmitiu, então é da responsabilidade desse mesmo Governo assegurar que o ato eleitoral decorra em completa segurança, garantindo dessa forma uma elevada participação sem prejuízo de um eficaz combate à pandemia", asseverou.
De recordar queo boletim epidemiológico divulgado este domingo pelaDireção-Geral da Saúde (DGS), deu conta de10.385 novos casos deCovid-19 e mais 152 mortes, máximos em ambos os indicadores. Em termos acumulados, Portugal contabiliza 549.801 contágios e 8.861óbitos.