Covid-19. Costa afasta "risco de adiamento" da segunda toma da vacina

O primeiro-ministro afirmou hoje que foi recomendada uma aceleração da vacinação contra a covid-19 nos lares, e indicou não existe "risco de adiamento" da segunda toma, justificando que pode ocorrer até 42 dias depois da primeira.

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Lusa
19/01/2021 17:01 ‧ 19/01/2021 por Lusa

Política

Covid-19

 

Durante o debate sobre política geral na Assembleia da República, o líder parlamentar do CDS-PP questionou o primeiro-ministro sobre o atraso na entrega das vacinas da Pfizer, e quis saber a que se deveu, tendo António Costa respondido que esteve relacionado com "a obra que está a fazer na sua fábrica" onde são produzidas, o que levou "à redução da distribuição para todos os países da União Europeia".

Telmo Correia quis saber também "se isso significa ou não adiamento da segunda toma da vacina, e para quando". Citando notícias que dão conta que a segunda toma aconteceria até 40 dias depois da primeira, o líder parlamentar democrata-cristão referiu um comunicado da Pfizer "que diz que não há nenhuma garantia de eficácia dessa mesma vacina se a segunda toma for depois dos 21 dias".

"A ser assim, qualquer adiamento implica um risco muito grande", frisou.

Na resposta, o primeiro-ministro apontou que a 'task force' responsável pelo plano de vacinação propôs uma "aceleração da vacinação, da primeira toma nos lares, porque está provado que a primeira toma, só por si, aumenta o grau de imunização, sem que haja risco de adiamento da segunda fase".

António Costa justificou também que "aquilo que a Agência Europeia do Medicamento e a Pfizer informaram é que o período de atribuição da segunda dose pode ser entre 21 e 42 dias".

No debate, o deputado do CDS-PP perguntou também ao primeiro-ministro se "sabendo o que sabe hoje, teria feito e teria tomado as mesmas medidas que adotou no período das festas e no período do natal".

Telmo Correia salientou que Portugal atravessa um momento em que "tudo aquilo" que se esperava "não acontecesse desde o início, está à beira de acontecer" e "é um dos piores países do mundo" no que toca à evolução da pandemia de covid-19.

"Nas circunstâncias em que estamos hoje, nunca nenhum de nós teria defendido aquelas medidas", respondeu António Costa.

O chefe do Governo assinalou que "as medidas são tomadas em função das circunstâncias e dos dados" de que o Governo dispõe, e frisou que o executivo procurou "sempre que as decisões sejam tomadas com base na melhor informação cientifica".

Dando o exemplo do atual estado de emergência, o primeiro-ministro salientou que esperou pela reunião com os epidemiologias para tomar decisões com base em "informação mais consolidada sobre qual era a realidade do país após o período das festas".

"E bem fizemos, e bem fizemos. Porque se nós tivéssemos tido a reunião que fizemos no Infarmed no dia em que tinha sido inicialmente previsto ter, nós teríamos adotado medias para uma realidade em que tínhamos cerca de 4.000 novos casos" e "dois dias depois, o número de novos casos era superior a 10 mil", exemplificou, defendendo que as medidas que têm vindo a ser adotadas "já foram ajustadas à realidade".

E questionou Telmo Correia "se acha que resolve os problemas do país" atribuindo a culpa ao primeiro-ministro pela "forma como as famílias celebraram o natal" e pelo facto de o país estar na situação em que está, e retribuiu garantiu que não se irá "refugiar dando exemplo de outro que naquela altura, e naquelas circunstâncias, defenderam precisamente" o que o Governo fez.

"É assim que eu vivo com a minha consciência e assumindo plena responsabilidade pelas circunstâncias em que o país está hoje", rematou o primeiro-ministro.

Em Portugal, já morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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