Encerramento das escolas é positivo mas Governo está "desnorteado"

O líder parlamentar do CDS-PP considerou hoje que o encerramento das escolas, na sequência do aumento de contágios no país, foi uma decisão "positiva", mas também evidenciou que o Governo está "completamente desnorteado".

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Lusa
21/01/2021 17:17 ‧ 21/01/2021 por Lusa

Política

CDS

"Era uma decisão que era inevitável, incontornável, e, do meu ponto de vista, uma decisão positiva", sublinhou Telmo Correia, numa declaração nos Passos Perdidos, no parlamento.

Contudo, o centrista considerou que a alteração constante das medidas anunciadas na semana passada pelo executivo liderado pelo socialista António Costa levanta dúvidas sobre a eficácia no combate à pandemia.

"A preocupação que nos fica é que o Governo está completamente desnorteado", acrescentou, uma vez que "ora faz uma coisa, ora diz o contrário".

Telmo Correia recordou que na terça-feira, durante o primeiro debate de política geral na Assembleia da República com o primeiro-ministro, António Costa, com um "tom assertivo, quase que arrogante", garantiu que "não havia nenhuma necessidade de fechar as escolas, porque só havia problemas em 13 e porque as perdas seriam inqualificáveis para o ensino".

Dois dias depois e face ao elevadíssimo aumento no número de contágios e de óbitos associados ao SARS-CoV-2, o chefe do Governo anunciou o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino, a partir de sexta-feira, durante 15 dias.

O líder da bancada parlamentar centrista advogou que o partido já tinha exortado o Governo para o encerramento das escolas, dada a situação "absolutamente dramática", mas o executivo só agora "conclui o óbvio".

"De facto, para nós o que é importante é que se consiga ultrapassar este momento. Não temos outra preocupação. Estou de acordo que este não é o momento para alimentar sempre polémicas partidárias", comentou Telmo Correia.

Contudo, a sensação que dá é que, "ou os especialistas não estão a trabalhar, ou o Governo não tem informação diária dos especialistas, ou teria acontecido qualquer coisa de muito estranho" para o Governo decidir hoje aquilo que os centristas, e não só, defendiam há algum tempo.

"Quando a gestão [da pandemia] é errada, temos de o assinalar", completou.

Portugal contabilizou hoje 221 mortes associadas à covid-19, o maior número de óbitos diários desde o início da pandemia, e 13.544 infeções, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

O número de contágios ativos é o mais elevado até agora. Há hoje 151.226 infeções ativas no país, mais 7.450 do que nas últimas 24 horas.

Em Portugal já morreram 9.686 pessoas por causa do SARS-CoV-2 e 595.149 pessoas ficaram infetadas.

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