Marcelo Rebelo de Sousa comentou as projeções da abstenção nas eleições Presidenciais, lembrando que, "é preciso fazer a conta do que foi a abstenção cá e a abstenção que foi lá fora".
O recandidato, que falava aos jornalistas à chegada à sua casa, em Cascais, depois de ter votado em Celorico de Basto, considerou que os portugueses corresponderam ao apelo que havia feito. "Sim, até um bocadinho acima disso, se quebrar o ciclo do aumento da abstenção nas reeleições, por comparação, era bom, sobretudo em pandemia", reconheceu.
"Fico contente pelo esforço dos portugueses", disse. Se mesmo com o tempo que à tarde esteve chuvoso, se com a pandemia, "se apesar disso tudo", continuou, "os portugueses saíram ao nível daquilo que se vê, foi um esforço enorme que não se previa".
Sobre a segunda volta, Marcelo disse ainda não ser "líquido" que tal não aconteça, preferindo esperar pelos resultados às 20 horas. "Quem concorre a uma eleição tem de estar preparado para uma volta, uma segunda volta, ganhar ou perder", atirou.
Agora, revelou aos jornalistas, vai "buscar o jantar, um take-away", vai jantar, olhar para os discursos. "E depois tenho que me arranjar e espero a evolução da noite". Tal como há cinco anos, Marcelo Rebelo de Sousa passará a noite eleitoral na Faculdade de Direito de Lisboa, onde fará um dos três discursos que preparou.
A sondagem da Universidade Católica para a RTP dá uma taxa de abstenção entre os 50% e os 55%, a projeção da TVI antecipa uma taxa de abstenção entre os 54,5% e os 58,5%, as previsões do ISCTE-ICS para a SIC apontam para um intervalo entre os 56% e os 60% e a projeção da CMTV antecipa números entre os 54% a 58%.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP e atual titular do cargo) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre), que aparecem por esta ordem no boletim.
A afluência às urnas às 16h00 nas presidenciais de hoje em Portugal, 35,4%, é a segunda mais baixa desde as eleições de 2006, ano em que este número passou a ser divulgado pela administração eleitoral. Este valor só foi inferior em eleições presidenciais em 2011, quando a afluência às 16:00 foi de 35,1%, e é 2,3 pontos percentuais abaixo das eleições de há cinco anos.
Nas presidenciais de 2016, que elegeram Marcelo Rebelo de Sousa, tinham votado 37,7% até às 16h00, numas eleições em que a abstenção global subiu aos 51,3%.
Em 2006, nas presidenciais ganhas por Aníbal Cavaco Silva, a afluência às urnas até às 16:00 foi de 45,7%. A abstenção nestas eleições foi de 53,48%.
Cinco anos depois, em 2011, da reeleição de Cavaco Silva, votaram, até às 16h00, 35,1% dos eleitores. Nesse ano, 53,5% dos eleitores não votaram. A administração eleitoral começou a divulgar em 2006, de forma sistemática, a afluência às urnas às 12h00 e às 16h00.