O presidente do Chega, terceiro classificado na corrida presidencial, alertou no domingo o maior partido da oposição de que "não haverá Governo em Portugal sem o Chega".
André Ventura foi recebido com aplausos pelos cerca de 50 apoiantes e militantes partidários na ampla sala de um hotel lisboeta, falando em penúltimo lugar dos concorrentes a chefe de Estado, imediatamente antes do vencedor do sufrágio, Marcelo Rebelo de Sousa, e escusou-se a responder a perguntas dos jornalistas, num primeiro momento.
"Não há segundas-vias depois desta noite. Hoje ficou claro em Portugal e para a Europa e para o Mundo que não haverá Governo em Portugal sem que o Chega seja parte fundamental. Não há volta a dar. PSD, ouve bem, não haverá governo em Portugal sem o Chega!", gritou.
O líder do partido da extrema-direita parlamentar felicitara antes a reeleição do Presidente da República, desejando-lhe um "segundo mandato, com dignidade, respeito por Portugal e pelos portugueses de bem e que marque uma rutura face ao seu primeiro mandato".
"Foi uma noite histórica para a direita em Portugal, que se reconfigurou completamente", congratulou-se, sublinhando os cerca de meio milhão de votos angariados e a oportunidade aproveitada por esta "força antissistema" para "furar o bloqueio habitual".
O deputado único e líder do partido da extrema-direita parlamentar anunciou também a sua demissão da liderança da recém-formada força política para voltar a dar a palavra aos militantes em relação à continuidade como "homem do leme", uma vez que falhou o objetivo a que se tinha proposto: ficar em segundo lugar e, idealmente, obrigar à disputa de uma segunda volta eleitoral.
"Fiquei aquém dos 15% que eram um objetivo e, ao que parece, a alguns milhares de votos da candidata que representa o pior da esquerda medíocre em Portugal. Por isso, não vou fugir à minha palavra e vou devolver a palavra aos militantes do Chega, para decidirem se querem manter esta liderança e este projeto", declarou.
Mas, a esquerda não ficou esquecida não discurso de André Ventura: "Esmagámos a extrema-esquerda em Portugal. Esta candidatura teve mais votos do que o PCP de João Ferreira, do que o BE de Marisa Matias e do que a Iniciativa Liberal de Tiago Mayan, todos juntos", exaltou ainda, recebendo em troca gritos de apoio: "Ventura, Ventura, Ventura".
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República nas eleições deste domingo, com 60,70% dos votos. Segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral, Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguida de André Ventura (11,90%), João Ferreira (4,32%), Marisa Matias (3,95%), Tiago Mayan Gonçalves (3,22%) e Vitorino Silva (2,94%).