Deputados começam a ser vacinados para a semana (mas há quem não queira)

Ricardo Batista Leite, Alexandre Poço, Cristóvão Norte, André Ventura e João Cotrim de Figueiredo já revelaram que não pretendem 'passar à frente' de grupos prioritários, como os bombeiros, polícias ou os idosos. Também Jerónimo de Sousa manifestou intenção idêntica.

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Notícias ao Minuto com Lusa
26/01/2021 18:04 ‧ 26/01/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Covid-19

Os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana, mas há quem, no meio parlamentar, esteja contra e queira esperar "pela sua vez".

Nas redes sociais, Ricardo Batista Leite (PSD), Alexandre Poço (PSD), Cristóvão Norte (PSD), André Ventura (Chega!) e João Cotrim de Figueiredo (IL) já tornaram público os seus entendimentos sobre a questão.

O médico e deputado do PSD Ricardo Batista Leite fez saber no Twitter que, na sua opinião, "faz sentido vacinar as três primeiras figuras do Estado: Presidente da República, Presidente da Assembleia da República e Primeiro-Ministro". Para o parlamentar, "alargar aos demais titulares quando o país ainda não vacinou toda a população +80 anos ou profissionais de saúde parece-me de difícil compreensão".

E revela, desde já, a sua decisão: "Pessoalmente irei esperar pelo meu lugar na terceira fase de vacinação."

Outro dos sociais-democratas que pretendem esperar pela sua vez para ser vacinado é Cristóvão Norte que "reafirma" uma posição que tinha já manifestado anteriormente.

"Não tomarei a vacina na primeira fase. Aguardarei pela minha vez. Considero imprescindível, porém, que o Presidente da República, Primeiro-Ministro e membros do Governo sejam vacinados nesta fase", aponta.

Alexandre Poço, líder da Juventude Social Democrata (JSD), também juntou a sua voz aos que não querem 'passar à frente'. Concordando com a vacinação prioritária para alguns responsáveis políticos, o deputado revela: "Dispenso e aguardarei pela fase a que tenho direito, como qualquer cidadão".

Mas não só deputados do PSD fizeram uma tomada de posição. João Cotrim de Figueiredo, presidente do Iniciativa Liberal, escreveu hoje ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a informá-.lo que não pretende "ser incluído em qualquer grupo prioritário" de acesso à vacinação contra a Covid-19.

"Venho informar V.Exa. de que não pretendo ser incluído em qualquer grupo prioritário e de que, desde, já cedo a vacina que me pudesse vir a ser reservada a um profissional de saúde do setor social, privado ou público que não tenha ainda sido vacinado", refere a missiva.

André Ventura, líder e deputado único do Chega, já tinha revelado nas redes sociais que será o "último" a ser vacinado: "Não aceito nem aceitarei que os políticos sejam vacinados antes dos outros portugueses. Serei o último!"

Esta terça-feira, o partido voltou a insurgir-se contra a vacinação prioritária de titulares de cargos políticos e defendeu, em vez disso, que seja dada prioridade aos bombeiros e aos idosos.

Por fim, também Jerónimo de Sousa, líder do PCP, de 73 anos, indicou, no final de uma reunião do comité central dos comunistas, em Lisboa, que "gostaria de ir tomar a vacina não como deputado, mas como cidadão e utente do SNS. Esperar pela minha vez".

Mas não só deputados se manifestaram 'contra'

Após ter sido anunciado que titulares de órgãos de soberania iriam ser vacinados contra a Covid-19, Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, considerou, esta terça-feira, "indefensável colocar todos esses políticos à frente dos mais idosos".

"Se me fosse dada prioridade, cederia a minha vacina a um idoso", garantiu o líder partidário, numa mensagem partilhada, esta tarde, nas redes sociais.

Também o recém-reeleito Presidente da República se manifestou, tendo considerado, esta terça-feira que é prematuro avançar uma data para a sua vacinação contra a Covid-19, confirmando que recebeu uma carta do primeiro-ministro sobre esta matéria mas remetendo esclarecimentos para autoridades sanitárias e Governo.

"Eu só posso falar por aquilo que o senhor primeiro-ministro me disse e me enviou como carta. O senhor primeiro-ministro elaborou um despacho em que nomeadamente solicitava aos titulares dos órgãos de soberania, os principais responsáveis dos órgãos de soberania, que manifestassem a sua adesão à ideia de uma vacinação desses titulares, de acordo com prioridades que cada órgão de soberania definiria", respondeu.

De lembrar que a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou na segunda-feira que vai arrancar na próxima semana a "vacinação dos maiores de 50 anos com certas comorbilidades, dos bombeiros e equipas de primeira intervenção de ação social e ainda das pessoas que asseguram serviços essenciais".

Leia Também: Bombeiros, polícias e cargos de soberania vacinados na próxima semana

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