O tema já vinha da primeira ronda de perguntas e respostas no debate, agendado pelo PCP, com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, sobre a situação nos lares, e fez subir o calor do debate quando Ofélia Ramos, do PSD, acabou o discurso a perguntar "quantos mais idosos têm de morrer para que se faça alguma coisa".
A deputada social-democrata acusou diretamente o executivo socialista de "abandonar 35 mil idosos que vivem em estruturas ilegais", nomeadamente na vacinação contra a covid-19, o que considerou "inaceitável".
Sónia Fertuzinhos, deputada do PS, criticou indiretamente os sociais-democratas por quererem fazer do debate "um concurso de quem está mais preocupado com os lares e os idosos" e sublinhou que, em 2012, quando PSD e CDS eram Governo, havia cerca de 13 mil lares ilegais.
"Também pediram ao Governo essa listagem", questionou Sónia Fertuzinhos, referindo-se à exigência do PSD para que o executivo recolhesse essa informação.
Depois, passou-se a uma discussão, que se prolongou durante algum tempo, sobre quem tinha a "tal lista" de 3.500 lares ilegais.
Carlos Pereira, deputado do PS, desafiou o PSD a divulgá-la, mas a social-democrata Clara Marques Mendes, esclareceu que, afinal, quem falou no número e na lista foi uma associação de apoio domiciliário que tinha sido ouvida no parlamento.