Ricardo Baptista Leite critica o facto de o Parlamento debater esta sexta-feira a despenalização da morte medicamente assistida, numa altura em que Portugal atravessa a pior fase da pandemia de Covid-19.
O vice-coordenador da pasta da Saúde do Conselho Estratégico Nacional do PSD defende, numa publicação na rede social Twitter, que o "país vive o momento mais negro da pandemia, tendo morrido uma média de 713 pessoas por dia (total) na última semana".
E é nesta altura, condena o deputado, que o "Parlamento assume como prioridade forçar a votação da eutanásia".
O social-democrata, que é também médico e tem feito voluntariado no 'covidário' do Hospital de Cascais, espera "sinceramente que hoje a maioria vote contra [a eutanásia]. Eu votarei contra".
Num momento em que o país vive o momento mais negro da pandemia, tendo morrido uma média de 713 pessoas por dia (total) na última semana, o parlamento assume como prioridade forçar a votação da eutanásia. Espero sinceramente que hoje a maioria vote contra. Eu votarei contra.
— Ricardo B. Leite (@RBaptistaLeite) January 29, 2021
A votação final global do diploma da despenalização da eutanásia - que resulta de projetos do BE, PS, PAN, PEV e IL aprovados na generalidade em fevereiro de 2020 - decorre esta sexta-feira depois de ter terminado a discussão e votação na especialidade, em comissão, já no mês de janeiro.
A lei prevê que só podem pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável.
Recorde-se também que o PSD já tinha tentado adiar a votação final da lei em questão, tendo Adão Silva, líder parlamentar dos sociais-democratas, afirmado que seria desejável afastar a votação de uma lei como a da eutanásia, que "tem a ver com estas questões da vida e da morte", do atual momento de pandemia que "é verdadeiramente tenebroso" com as mortes por covid-19.
Leia Também: Eutanásia. PSD tentou, mas não conseguiu adiar votação final da lei