JP quer demissão de Francisco Ramos e militares a coordenar vacinação

A Juventude Popular (JP) defendeu hoje o afastamento de Francisco Ramos da coordenação do plano de vacinação contra a covid-19, que acusa de colocar "portugueses contra portugueses" e a sua substituição pelas Forças Armadas.

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© Juventude Popular

Lusa
31/01/2021 14:03 ‧ 31/01/2021 por Lusa

Política

Covid-19

 

"Colocar portugueses uns contra os outros, num momento tão difícil para o país, não só é imoral, como uma aldrabice. É inaceitável que a impunidade continue a imperar", afirmou o líder da JP, Francisco Mota, em comunicado, referindo-se à entrevista de Francisco Ramos à SIC-Notícias, no sábado à noite.

Questionado sobre a polémica em torno de alguns episódios de vacinação de pessoas não prioritárias desta primeira fase, como aconteceu na delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e na Segurança Social de Setúbal, o responsável pelo processo de vacinação contra a covid considerou-a "lamentável", mas disse não é "competência nem preocupação da 'task-force' andar à procura de quem faz batota".

Já sobre a possibilidade de essas pessoas tomarem a segunda dose da vacina, Francisco Ramos disse que sim e recusou qualquer lógica de "justiça popular".

"Não cabe a esta estrutura infligir castigos nessa matéria. Essa pergunta explica um pouco aqueles 11% ou 12% nas eleições presidenciais do passado domingo, um espírito vingativo que não me parece que seja muito bom para uma sociedade solidária como a nossa", disse, numa referência a André Ventura, o candidato apoiado pelo Chega.

O dirigente da JP e do CDS-PP considera inaceitável que Francisco Ramos vá "rotular os portugueses que se indignam, e não são alguns, são todos, com esta sua falta de competência" nos problemas com a vacinação" e com o "aproveitamento que dirigentes políticos fizeram de uma vacina que ainda não tinham direito".

Por isso, Francisco Mota quer que o Governo substitua Francisco Ramos por generais das Forças Armadas, que têm "experiência logística e organizacional", que até permite "libertar centros de saúde e recursos do SNS", seguindo o exemplo de outros países europeus.

Portugal registou no sábado 293 mortes relacionadas com a covid-19 e 12.435 casos de infeção por SARS-CoV-2, atingindo, assim, as 5.000 mortes só no mês de janeiro, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.

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