Segundo a edição de hoje do Diário de Notícias, a ex-diretora do SEF terá sido nomeada para assessorar a reestruturação do regime de 'vistos gold', citando um despacho interno do organismo de acordo com o qual a nomeação visa "analisar soluções que assegurem maior eficácia no âmbito da permanência em Portugal dos titulares de residência para atividade de investimento".
A antiga responsável máxima do SEF demitiu-se em dezembro na sequência da polémica com o homicídio do ucraniano Ihor Homeniuk no aeroporto de Lisboa em março de 2020.
Numa pergunta endereçada hoje ao ministro da Administração Interna, através do parlamento, o grupo parlamentar centrista quer saber se Eduardo Cabrita tem conhecimento desta nomeação e se a autorizou, e pergunta também "qual é a justificação para a nomeação como assessora da direção do SEF, de uma ex-diretora deste serviço de segurança que se demitiu pelos maus serviços prestados ao SEF e ao país".
O CDS recorda ainda que em meados de dezembro, numa audição parlamentar na comissão de Assuntos Constitucionais, o ministro da Administração Interna tinha afirmado que Cristina Gatões não reunia "condições para liderar o SEF no quadro da reestruturação profunda que será desenvolvida neste organismo".
Na iniciativa, assinada pelo líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, questiona-se se o Governo reserva "algumas funções para a dirigente Cristina Gatões na nova estrutura do SEF e também "que contributo válido pode dar" a atual direção do SEF "uma dirigente que não tem lugar na nova estrutura".
Num comentário a esta notícia, o presidente da Juventude Popular (estrutura que representa os jovens do CDS-PP) insistiu na demissão do ministro Eduardo Cabrita, e apelidou o governante de "chefe do cartel do tráfico de influências no governo".
"Eduardo Cabrita que tome a segunda dose da vacina da vergonha e peça para sair pelo próprio pé", defendeu Francisco Mota.
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