O presidente do CDS-PP anunciou, esta terça-feira, que vai submeter ao Conselho Nacional uma moção de confiança à sua direção, com o objetivo de "confirmar a legitimidade política" da sua liderança, mas recusa a realização de um Congresso Nacional antecipado.
Numa conferência de imprensa dada a partir da sede do partido, em Lisboa, sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos começou por salientar que a sua liderança do CDS "não está nem nunca esteve preocupada com agendas pessoais, vaidades políticas nem com ceticismo internos" e por lançar algumas farpas às vozes que têm questionado a sua gestão do partido.
"Acredito profundamente que nenhum português perdoa um político que coloque a sua ambição partidária à frente do país. Para mim, Portugal sempre esteve acima do partido e o partido acima das minhas circunstâncias pessoais. É esse testemunho que procuro dar na minha liderança do CDS, contrariando os que acham que a política é um jogo de interesses e não um combate por valores", atirou, acrescentando que o partido "precisa de uma estrutura saudável, unida e forte e de uma atitude clara" e por isso avançou com a moção de confiança.
"Estou pronto para confirmar a legitimidade política da minha liderança no tempo e no lugar próprios. Por isso solicitei ao presidente do Conselho Nacional que convocasse uma reunião [daquele que é o órgão máximo entre congressos] onde apresentarei uma moção de confiança à Comissão Política Nacional do CDS", afirmou.
Recorde-se que, na semana passada, depois de consultar a comissão política nacional, o presidente do CDS-PP decidiu convocar um Conselho Nacional, mas na altura não revelou se um dos pontos em análise seria a realização de um congresso eletivo.
Na quarta-feira, num artigo de opinião, o antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes propôs a realização de um Conselho Nacional para discutir a convocação de um congresso antecipado antes das eleições autárquicas, e eleições para a liderança do partido, defendendo estar em causa uma "crise de sobrevivência" que esta direção (que está a meio do mandato) "não conseguirá" resolver.
Dias depois, numa entrevista ao jornal Público divulgada no sábado, Mesquita Nunes anunciou que será candidato caso seja marcado esse congresso.
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