Vacinação irregular. "Uma espécie de anestesia política preocupante"

Francisco Louçã comentou, esta sexta-feira, as dezenas de casos de vacinação irregular que têm sido denunciados, ao longo da semana, e que aconteceram um pouco por todo o país, desde que as doses contra a Covid-19 chegaram a Portugal.

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Notícias ao Minuto
05/02/2021 23:45 ‧ 05/02/2021 por Notícias ao Minuto

Política

Francisco Louçã

Francisco Louçã analisou, esta sexta-feira, no seu espaço de comentário semanal, na SIC Notícias, um dos temas que mais marcou a primeira semana de fevereiro: a vacinação irregular contra a Covid-19.

O Conselheiro de Estado começou por distinguir quem improvisou para dar uso a "doses que sobraram", de quem se colocou numa posição de vantagem para receber uma vacina sem ter o direito à mesma e cometeu fraude.

"Pode-se mandar 100 doses para uma unidade de saúde que tem 120 pessoas, mas porque algumas faltaram e outras - são muito muito poucas - não querem ser vacinadas, sobraram algumas doses. Aqui há algum improviso, que resulta em pequenas decisões que podem ser piores ou melhores. Outra coisa é a fraude, como por exemplo, presidentes da Câmara que não deviam ter direito a esta vantagem, ou administrações e serviços que fazem falcatruas. Isto é doloroso e é assinalável como burla e como fraude. Isto é punível e espero que assim o seja", frisou.

Questionado sobre a reação do primeiro-ministro a estes casos, Francisco Louçã salientou que compreende que António Costa sublinhe a necessidade da vacinação e a sua coerência, mas que não entende que este "feche os olhos ao alerta duro que é preciso fazer sobre esta pequena aldrabice, a cunha, a malandrice, o abuso de poder". "Isso já me parece mais preocupante", considerou o bloquista, defendendo que o Governo devia ter agido logo que surgiram os primeiros casos de vacinação irregular, mas que não o fez por estes serem de socialistas.

"Se o Governo, logo que surgiram os primeiros casos, tivesse tomado uma posição firme, e não tomou, ao contrário de Francisco Ramos, talvez o aviso tivesse ficado. Mas como muitos dos casos foram de autarcas do partido socialista houve aqui uma espécie de anestesia política que é preocupante. Contudo, agora não há nenhuma desculpa porque há uma sucessão de casos desta aldrabice que é preciso parar e mostrar uma atitude muito firme".

Antes de terminar a análise ao tema, Louçã exprimiu a esperança que o novo coordenador da Task Force responsável pelo plano de vacinação contra a Covid-19 tome uma posição firme frente a estes casos. Contudo, sublinhou que a vacinação irregular "não é da responsabilidade da Task Force" é das autoridades.

Sobre a demissão de Francisco Ramos, o fundador do Bloco de Esquerda, afirmou que esta foi "uma opção de honra e de grande dignidade". "Oxalá esse exemplo fosse seguido noutras circunstâncias", atirou, em jeito de conclusão.

Leia Também: Açores. Diretora Regional da Igualdade terá sido vacinada antes do tempo

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