Após reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, esta quarta-feira, Rui Rio fez uma declaração aos jornalistas onde revelou que "o presidente da República vai propor o decreto para mais duas semanas [de Estado de Emergência]" e que "aquilo que transmitimos é que contará com o voto favorável do PSD".
"Votamos sempre a favor do Estado de Emergência, conscientes da gravidade da situação em Portugal. Ela atingiu o patamar que nós todos estamos a ver, portanto, não tinha qualquer lógica não o fazermos agora quando o estivemos sempre a fazer no passado", explicitou ainda o líder da oposição.
No encontro com o chefe de Estado, Rui Rio disse ainda ter chamado a atenção para uma questão que já tinha sublinhado noutra audiência: "a escassez de recursos humanos". "Temos escassez de recursos humanos no SNS, eventualmente do ponto de vista estrutural, mas agora temos de certeza relativamente à pandemia, e nós sugerimos a aceitação de profissionais de saúde reformados".
"Isso foi inscrito no decreto, os profissionais disponibilizaram-se mas, a verdade é que a habitual burocracia que existe em Portugal, não permitiu até à data o recurso a essa ajuda que me parece absolutamente fundamental", reiterou Rui Rio.
A propósito desta situação, o presidente do PSD disse também que o "Governo tem obrigação de tudo fazer para aceitar esses médicos, principalmente quando vêm médicos da Alemanha e temos aqui dentro... é um problema fácil de resolver, a questão burocrática".
Rui Rio frisou que, na opinião do partido, deveria ser um militar a coordenar o Plano de Vacinação, "o que veio a acontecer". "Sinto-me confortável com a solução e parece-me que, agora, há uma outra dinâmica na vacinação. Temos apenas que esperar que corra com outro ritmo, condicionado com o fornecimento de vacinas", advogou.
"Continuar com o Estado de Emergência é indiscutível"
Para o PSD, há pontos fundamentais. "Continuar com o Estado de Emergência é indiscutível, definir os números em que se desconfina - número de infetados e valor do R -, preparar desde já a testagem em massa - preferencialmente através da saliva se, tecnicamente, isso for possível".
Já questionado sobre até que prazo admite que se mantenha o confinamento, Rio considerou que "a boa regra de gestão" diz que "quando Portugal chegar a um dado patamar" desconfina. "Não sei. Quando chegar aí desconfina. E o 'aí' deve ser definido por quem sabe".
Recorde a declaração de Rui Rio:
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