"Estado de Emergência valeu a pena, não havia forma de travar o desastre"
Paulo Portas acredita que o Estado de Emergência foi uma medida necessária para travar a progressão da pandemia em Portugal. Na sua análise de domingo, defendeu ainda o comentador que Costa passou de um “relaxador-mor a assustador-mor, num ápice".
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Política Covid-19
Paulo Portas defendeu, no domingo, no seu habitual espaço de comentário na antena da TVI, que o confinamento está a produzir resultados e não havia outra forma de travar "o desastre". No futuro, avisou, é “preciso planear e não confiar no improviso”.
"O confinamento resultou e permitiu uma descida de contágios muito significativa no último mês, sendo que, na última semana, foram registados 3.600 casos médios diários", referiu o comentador.
Para Portas, "o Estado de Emergência valeu a pena, não havia outra forma de travar o desastre. Permite registar a queda, e o medo evidentemente desempenhou o seu papel, sendo que as pessoas testemunharam a exaustão dos serviços de saúde e contiveram-se”.
A tendência de descida do número diário de casos de Covid-19 tem sido acompanhada pela redução no número de óbitos. Porém, Portugal regista o triplo da média da União Europeia em termos de vítimas mortais, o que afeta a reputação de país a nível europeu.
"Começámos a descer, mas não saímos do primeiro lugar dos países listados como nações que ainda não conseguiram ter a pandemia controlada", vincou.
Quanto à performance do primeiro-ministro na gestão da pandemia nas últimas semanas, o ex-líder do CDS defendeu que Costa passou de um “relaxador-mor a assustador-mor, num ápice". Portas acredita que houve momentos em que o chefe de Governo assumiu alguma "leveza" e, recentemente, mudou de postura.
Este novo confinamento que o país vive pode ser explicado, aos olhos de Portas, por quatro momentos. Na primeira vaga, em março de 2020, havia o "medo do desconhecido" e o primeiro-ministro, "que não queria fechar as escolas, foi forçado" a fazê-lo. Nesta fase, defendeu, "tivemos bons rácios de testagem".
Foi em maio que “as coisas começaram a tropeçar”. De acordo com o ex-líder partidário, "quando quisemos começar a desconfinar, metemos na cabeça o disparate do milagre e o Governo passou dois meses a dizer que o critério de fechar fronteiras era disparatado. Não tínhamos rastreadores, o que nos impedia de testar massivamente".
No outono, alegou Portas, “as coisas correram mal”, recordando que o Governo defendeu que "o SNS era só público e que não fazia contratualizações com o setor privado nem social". E esta postura foi assumida numa altura de "escalada de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos".
Paulo Portas recordou, inclusive, que "também a app digital [StayAway Covid] falhou e até hoje não sabemos de que lado estão as responsabilidades, mas deveríamos saber".
Chegou o inverno e "foi um desastre", que se agravou com o "relaxamento no Natal". Paulo Portas deixou ainda uma palavra de reconhecimento a Santos Silva que, em entrevista à CNN, admitiu responsabilidades do Governo no pico da crise.
No futuro, defendeu, é “preciso planear e não confiar no improviso”, para além de ser necessário “testar massivamente e ao mesmo tempo rastrear massivamente”.
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