Vereador Carlos Manuel Castro renunciou ao cargo. Medina aceitou pedido

Pelouro da Proteção Civil na autarquia de Lisboa passará a ser assumido pelo vereador Miguel Gaspar.

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Melissa Lopes com Lusa
16/02/2021 15:03 ‧ 16/02/2021 por Melissa Lopes com Lusa

Política

Lisboa

O vereador Carlos Manuel Castro com a pasta da Proteção Civil em Lisboa apresentou esta terça-feira o seu pedido de renúncia ao cargo, pedido que foi de "imediato" aceite pelo presidente da Câmara, informa a autarquia através de uma nota enviada às redações.

A Câmara presidida por Fernando Medina faz saber que "serão remetidos às autoridades competentes todos os elementos apurados relativos à participação da Proteção Civil no processo de vacinação dos lares para avaliação externa e independente dos mesmos" e informa que o pelouro da Proteção Civil passará a ser assumido pelo Vereador Miguel Gaspar.

A saída do vereador com a pasta da Proteção Civil em Lisboa acontece depois de a revista Sábado ter noticiado que das 126 doses que sobraram da administração de vacinas contra a Covid-19 nos lares, 26 foram "administradas a elementos das equipas envolvidas diretamente na operação de inoculação dos lares": 15 enfermeiros e oito elementos da proteção civil municipal (entre os quais Carlos Manuel Castro e três elementos da Higiene Urbana, incluindo a sua diretora Filipa Penedos).

As restantes 100 vacinas foram distribuídas por "56 bombeiros voluntários e o comandante e subcomandante do Regimento de Sapadores Bombeiros e 42 elementos da Polícia Municipal, incluindo o comandante e subcomandante

O presidente da Câmara Municipal termina a nota reiterando a confiança no Comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, no Comandante da Polícia Municipal e na Diretora Municipal de Higiene Urbana, justificando que a "vacinação decorreu por determinação de superior hierárquico e na convicção do cumprimento de todas as normas".

Na quinta-feira passada, o PSD/Lisboa expressou "indignação" por o vereador Carlos Castro ter sido vacinado contra covid-19, acusando o autarca do PS de se aproveitar de "sobras" de vacinas destinadas aos grupos prioritários definidos pelas autoridades de saúde.

"A demissão de Carlos Castro é o mínimo que este executivo deveria exigir ao seu vereador", afirmou o PSD/Lisboa, num comunicado apresentado como "as 'sobras' de dignidade da Câmara Municipal de Lisboa".

Além de condenar o "comportamento desprestigiante" do vereador Carlos Castro, os sociais-democratas estenderam as críticas à decisão de vacinar a diretora municipal de Higiene Urbana e o comandante da Polícia Municipal, sustentando que estes profissionais "não se encontram nas linhas da frente".

"Esta não é uma questão de critérios, mas sim de um vereador ser conivente e beneficiário de uma decisão errada e irresponsável. [...] É apenas mais um exemplo do mau planeamento desta Câmara Municipal, cujas prioridades se encontram evidentemente baralhadas", apontou o PSD.

No sábado, o partido avançou com a ideia de constituir um grupo de trabalho na Assembleia Municipal de Lisboa para acompanhamento do processo de vacinação na capital.

"O PSD/Lisboa acredita que o escrutínio democrático é essencial para a ação governativa eficaz e justa. Por isso, e pelos problemas levantados pelo país fora e em Lisboa na última semana, queremos uma comissão que permita o escrutínio deste processo na Assembleia Municipal de Lisboa", expôs.

Segundo a informação enviada no dia 09 à Lusa sobre a vacinação nos lares, foram cumpridas as "determinações expressas" das autoridades de saúde relativas às sobras, que indicavam que se deveria vacinar "em primeiro lugar todos os profissionais da linha da frente envolvidos na operação".

"Findo esse grupo, vacinar os grupos da primeira fase de prioridade, como os bombeiros e polícias", referia a informação.

Portugal somou, nas últimas 24 horas, mais 1.502 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 111 mortes relacionados com a Covid-19, indica o boletim epidemiológico da DGS divulgado esta terça-feira. Desde o início da pandemia, o país registou 788.561 casos e 15.522 mortes.

O país iniciou a vacinação contra a Covid-19 no dia 27 de dezembro e, de acordo com a última atualização, foram administradas até às 00h00 de hoje perto de 540 mil doses (cerca de 204 são segundas doses).

Leia Também: Mais 1.502 casos e 111 mortes devido à Covid-19 em Portugal

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