"Em nossa opinião, deve-se dizer que número de novos casos temos de atingir para começar a desconfinar. Se esse número é, imaginemos, uma semana seguida abaixo dos mil ou abaixo dos 500, isso serão os técnicos a aconselhar, não serei eu a dizer o número mágico. Mas sou eu que digo que se tem de ter um número". Esta foi a reação de Rui Rio, líder do PSD, após o encontro, esta quarta-feira, com Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito da renovação do Estado de Emergência.
Para Rio, "não vamos dizer que desconfinamos daqui por uma semana, ou duas, ou um mês. Não é isso que interessa. Interessa é em que circunstância é que nós desconfinamos". Assim, indicou, "devem ser estabelecidos os objetivos de novos casos, de número de internados, de internados em UCI e o valor do R".
Ao mesmo tempo, "naturalmente", o "Governo tem de ter preparado, e notoriamente não tem, uma capacidade acrescida de testagem, porque no momento em que se desconfinar com valores baixos, temos de começar a testar para que os valores não voltarem a disparar".
O líder da oposição destacou também que o número de testes "tem baixado", ficando "sem saber se o número de casos tem baixado porque tem baixado assim tanto quanto se vê ou se está ligado ao facto de haver menos testes".
Uma palavra de Rio ainda para a importância de um plano para desconfinar "relativamente à sociedade como um todo e, em particular, relativamente às escolas". "Atingidos os números desconfinamos, mas desconfinamos como?"
"Penso que não será necessária esta ideia que transmitimos", prosseguiu o presidente do PSD, defendendo que "se todos estes indicadores não evoluírem de forma tão positiva como nos últimos dias, então, penso que o país deverá também ter um planeamento de desconfinamento por regiões", por distrito ou por concelho.
De lembrar que o Presidente da República continua hoje a ouvir os partidos com assento parlamentar, por videoconferência, sobre a renovação do Estado de Emergência.
Na quinta-feira, o Parlamento reúne-se para debater a provável renovação do Estado de Emergência, que deverá ter efeitos entre 2 e 16 de março e será a 12.ª declaração na atual conjuntura de pandemia de Covid-19.
O atual período termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março.
[Notícia atualizada às 16h59]
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