"A direção do partido trabalhará com qualquer líder parlamentar que seja eleito pelos deputados, entre pares, não é uma escolha que compita à direção do partido tomar", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O líder do CDS falava aos jornalistas no final de um encontro com barbeiros, no Seixal (distrito de Setúbal), tendo sido questionado sobre as eleições para a escolha do próximo líder da bancada centrista, agendadas para o início de março, e se conta com uma recandidatura de Telmo Correia.
"Cumpre aos deputados exercer essa preferência, e da minha parte estarei inteiramente disponível, com sentido institucional, com confiança e com cooperação, inteiramente comprometido a trabalhar com o grupo parlamentar", salientou.
Apontando que "qualquer escolha" para próximo líder da bancada parlamentar será do seu agrado, Francisco Rodrigues dos Santos justificou que tem os cinco deputados do CDS-PP "na mais alta conta e consideração".
"Qualquer que seja a escolha, eu estarei certamente disponível para trabalhar com o próximo líder parlamentar", garantiu.
Na terça-feira, o presidente do grupo parlamentar, Telmo Correia, disse à Lusa ter convocado eleições para a escolha de um novo líder da bancada, e estimou que até início da próxima semana confirmaria se será ou não candidato a um novo mandato, e quais as razões que sustentam a sua decisão.
Na altura, o deputado afirmou que a convocação de eleições "estava prevista" no seu entendimento, pelo facto de o mandato "ser anual", uma vez que o regulamento parlamentar do CDS prevê um mandato por sessão legislativa.
Hoje, o líder centrista foi questionado também sobre a reunião que teve na quinta-feira com os deputados, a seu pedido, a primeira desde o último Conselho Nacional no qual foi aprovada uma moção de confiança à direção do partido e no qual os parlamentares defenderam a realização de um congresso antecipado.
"As relações com o grupo parlamentar estão ótimas, e estamos todos empenhados em ter uma cooperação institucional leal que permita a afirmação do partido na sede parlamentar, onde contamos ter iniciativas nesta altura de pandemia que ajudem os portugueses a levantarem-se da crise em que estão mergulhados e em que o Governo se tem mostrado absolutamente incompetente para responder aos seus anseios e aos dramas que estão a viver", respondeu.
Na quinta-feira, questionado pelos jornalistas à saída do encontro, Rodrigues dos Santos disse apenas que "correu bem". Os deputados não prestaram declarações.
De acordo com fontes centristas contactadas pela Lusa, a "reunião foi tensa" e "não foi produtiva, não adiantou nada".
As mesmas fontes indicaram que o Conselho Nacional de 06 de fevereiro foi um dos temas abordados.
Relativamente às eleições autárquicas, Francisco Rodrigues dos Santos anunciou que vai encontrar-se hoje à tarde com Carlos Moedas, que foi anunciado na quinta-feira como candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa.
O líder do CDS-PP remeteu para essa altura comentários "relativamente à candidatura de Carlos Moedas e às relações que neste momento existem de cooperação e de entendimento entre o PSD e o CDS".
Os dois partidos anunciaram que vão assinar em breve um acordo-chapéu para coligações autárquicas.
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