O Pessoas-Animais-Natureza anunciou hoje que entregou na Assembleia da República um projeto de resolução (sem força de lei) que recomenda ao Governo que "defina um plano de desconfinamento para o regresso ao ensino presencial" que preveja a testagem para o novo coronavírus "de todos os agentes educativos e alunos" através de métodos "menos invasivos".
O PAN propõe a "integração dos profissionais de educação nos grupos prioritários de vacinação", maior rapidez no "rastreamento das cadeias de contacto em todos os contextos escolares" e que haja uma "monitorização e avaliação do impacto de cada etapa de desconfinamento antes de proceder a medidas de desconfinamento mais alargadas".
E propõe que os alunos do pré-escolar e primeiro ciclo sejam os primeiros a regressar à escola, argumentando que necessitam "de maior apoio" para a "integração, socialização e aprendizagens básicas essenciais".
O partido prevê igualmente que, "se necessário, em função do risco local", possa ser implementado "um modelo combinado alternado entre de ensino presencial e não presencial, por exemplo dois dias/semana presencial e três não presencial por turma".
O plano de desconfinamento deverá incluir também, segundo o PAN, a desinfeção prévia dos espaços e materiais, bem como a reorganização dos espaços, das atividades e da distribuição de horários, para garantir o distanciamento físico, e ainda que as escolas tenham "informação clara" sobre a situação epidemiológica local.
Neste projeto de resolução, os deputados do PAN recomendam também ao Governo socialista uma reorganização do ano letivo, que inclua a "redução do número de alunos por turma ou a sua divisão por meias turmas, de forma a assegurar o melhor acompanhamento de cada estudante".
O partido propõe igualmente "atividades de integração das crianças e jovens no pós-confinamento, partilhando dificuldades e preocupações", momentos "de relaxamento, de expressão física e emocional e de interação social com os pares ao longo do ano letivo" e a "redução de atividades pedagógicas ou trabalhos de casa não essenciais".
É ainda recomendada a redefinição "dos conteúdos imprescindíveis para cada ano letivo", e que professores e alunos que fazem parte de grupos de risco possam continuar à distância até estarem vacinados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.486 pessoas dos 808.405 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.