CDS votará a favor do novo decreto que é "rigorosamente igual ao último"

O CDS defende ainda, num cenário de desconfinamento, a reabertura "gradual e progressiva" dos serviços, incluindo de cabeleireiros, barbeiros e esteticistas. O regresso às escolas deve ser uma prioridade, mas só depois da Páscoa, acreditam os centristas.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Filipa Matias Pereira com Lusa
10/03/2021 12:17 ‧ 10/03/2021 por Filipa Matias Pereira com Lusa

Política

Covid-19

O CDS defendeu esta quarta-feira, no final da audiência com o Presidente da República sobre a renovação do Estado de Emergência, que "tem de haver reforço de controlo epidemiológico nas fronteiras" e antecipou que o novo decreto "vai ser rigorosamente igual ao último".

A posição foi justificada por Francisco Rodrigues dos Santos, em declarações aos jornalistas, pelo facto de, em Portugal, "60% das infeções [serem] provocadas pela variante britânica" e pelo facto de o nosso país ser "o quarto destino mundial dos passageiros do Reino Unido". 

Com esta estratégia, o CDS espera que "possam ser identificados os casos de infetados" e que seja "impedida a sua entrada em solo português". 

Sobre o novo decreto que o Presidente da República deverá enviar hoje ao Parlamento, o presidente do CDS-PP afirmou que "vai ser rigorosamente igual ao último".

"O que vai variar nesta altura é precisamente, como em todos os outros, a execução desse mesmo decreto que é feita em Conselho de Ministros", acrescentou, referindo que a "novidade" é o plano de desconfinamento.

O líder centrista disse ainda que, apesar de ser "previsível que estas regras que serão adotadas neste decreto pelo Governo só prevejam os próximos 15 dias", espera ser possível com o plano de desconfinamento "ver para além da duração dos Estados de Emergência" e identificar "alguns indícios daquilo que se seguirá nos 15 dias seguintes, onde serão decretados novos Estados de Emergência".

Francisco Rodrigues dos Santos adiantou igualmente que o CDS-PP vai voltar a votar favoravelmente, no Parlamento, a renovação do Estado de Emergência.

Perspetivando o desconfinamento, cujo plano será apresentado amanhã pelo Executivo, os centristas entendem que, quanto ao pequeno comércio, deve haver "uma abertura gradual e progressiva" e esta deve incidir "sobre os serviços que, não sendo de primeira necessidade, são de extrema necessidade, como cabeleireiros, barbeiros e esteticistas", que "têm conexão direta com o bem-estar e higiene dos portugueses". 

Quanto ao desporto, o líder partidário comunicou a Marcelo Rebelo de Sousa que esta é uma "área crítica para toda a comunidade, muito em particular para os jovens", uma vez que é uma componente importante do "bem-estar físico e mental". 

Com efeito, numa altura em que "parece haver condições para iniciar o desconfinamento, entendemos que deve haver um desconfinamento gradual no desporto para serem retomadas as competições desportivas dos escalões mais jovens, identificados como de médio e baixo risco pela DGS". 

No domínio da economia, o CDS defende que "é necessário que o Governo proteja os pequenos e micro empresários, que têm vindo a ser enganados pela propaganda do Executivo" porque "não conseguem aceder aos apoios do Estados". Estes apoios "são insuficientes, ficam suspensos e esbarram na complexidade e burocracia. O dinheiro não está a chegar à economia real", acusou. 

Com efeito, o Governo deve, no entendimento do CDS, "fazer chegar rapidamente o dinheiro à economia" e deve "negociar com Bruxelas um prazo maior para amortização das moratórias". 

CDS quer regresso às escolas, mas depois da Páscoa

Questionado relativamente ao encontro de ontem com o primeiro-ministro, Francisco Rodrigues dos Santos indicou que o "Governo não deu indicadores concretos sobre o que está a preparar no plano de desconfinamento". 

Nessa reunião, o CDS fez questão de frisar que o regresso da atividade letiva presencial deve ter "caráter prioritário, sobretudo dos alunos até aos 12 anos. Sabemos que são faixas etárias onde a carga viral é bastante reduzida, a transmissibilidade da doença também é baixíssima e não acarreta grandes riscos para a saúde pública". 

Considerando ainda que as aulas remotas pressupõem um acompanhamento por parte dos pais, o CDS considera "evidente" que este 'dossier' deva ter "caráter prioritário, mas parece também que não deve ser iniciado já uma vez que temos a Páscoa no dia 4 de abril e, se mantivermos o confinamento até à Páscoa, depois sim, com devido planeamento, estaremos em condições" de retomar a atividade letiva presencial. 

Neste regresso, aos olhos do partido, torna-se imperioso adotar uma estratégia de "testagem massiva para evitar surtos".

Francisco Rodrigues dos Santos mostrou-se ainda satisfeito pelo facto de o Governo pretender alargar a testagem nas escolas aos privados. Caso contrário, "era uma descriminação inaceitável, não se podia distinguir portugueses em função das suas escolhas educativas". 

Recorde-se que o Presidente da República vai ouvir hoje os nove partidos com assento parlamentar, por videoconferência. Depois do CSD, segue-se o Chega, PEV, PAN, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PSD e PS.

[Notícia atualizada às 13h56]

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