"Estruturalmente", Rui Rio alinha com o plano de desconfinamento apresentado ontem pelo Governo, embora manifeste alguma preocupação relativamente à retoma do ensino presencial do 1.º ciclo na segunda-feira.
"Aquilo que foi anunciado pelo primeiro-ministro corresponde, na componente estrutural, àquilo que o PSD tem vindo a dizer que é necessário fazer, ou seja, fixar indicadores que vão monitorizando os níveis de confinamento definidos pelos especialistas", disse o líder social-democrata, esta sexta-feira, em Coimbra.
Rui Rio concorda com a metodologia usada no plano - a combinação entre o número de novos casos e a evolução do R - que ditará a evolução do desconfinamento a cada 15 dias.
"É uma metodologia que já devia ter sido adotada há mais tempo, mas é melhor agora do que nunca, acho que o país tem as balizas certas para saber como vai evoluir", considerou.
No entanto, manifestou discordância relativamente à decisão do Governo de abrir já na segunda-feira, dia 15, o 1.º ciclo. "Relativamente à decisão em concreto para segunda-feira, teria sido um pouco mais prudente na questão das escolas e não teria incluído já o primeiro ciclo. Atrasaria por 15 dias a abertura do primeiro ciclo", afirmou.
Rui Rio argumentou que a evolução do Rt tem-se degradado, tem-se aproximado do 1. "Agora que vamos desconfinar, corremos o risco do Rt se degradar mais e passar a 1 e aí tudo volta ao princípio".
Mas, reconheceu, "o país não pode estar num impasse permanente, é preciso ter alguma ousadia - foi isso que agora foi feito".
O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira, depois de uma longa reunião em sede de Conselho de Ministros, o plano de confinamento, que arranca já na segunda-feira, dia 15, e se prolonga até ao início de maio. O 'tiro de partida' vai ser dado com a reabertura das creches, ensino pré-escolar e 1.º ciclo. Regressam também as vendas ao postigo e reabrem os cabeleireiros e barbeiros.
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