O líder do PCP considerou esta segunda-feira ser "um pouco mais do mesmo" a posição do Presidente de prolongar o Estado de Emergência até maio e reiterou a necessidade de medidas pelo "funcionamento e não pelo encerramento do país" devido à epidemia.
"É um pouco mais do mesmo. Temos um problema sério, tendo em conta a situação sanitária, mas devia ser considerado um novo paradigma", que concilie a proteção da saúde e a reabertura da atividade, afirmou Jerónimo de Sousa na conferência de imprensa para apresentar as conclusões do comité central do partido, que esteve reunido domingo e hoje, em Lisboa.
Para o secretário-geral dos comunistas, é preciso "tomar medidas de proteção sanitária, mas simultaneamente encontrar os mecanismos para que haja reabertura, desconfinamento e não para o encerramento como tudo indica que vai acontecer".
Nas vésperas de voltar a reunir-se com o Presidente da República sobre a renovação do Estado de Emergência, Jerónimo anotou que desconhece ao pormenor o que vai propor Marcelo Rebelo de Sousa, mas defendeu deste já um "novo paradigma".
"Tem que haver outra conceção, tendo em conta o drama que está criado no pais, que atinge milhares e milhares de portugueses" e micro, pequenas e médias empresas, "muitas já sem capacidade de reabrir"
São necessárias, insistiu, "medidas que visem o funcionamento e não encerramento" da atividade do país.
Os comunistas consideram que, por enquanto, não será ainda necessário um Orçamento Retificativo, como já admitiu o ministro das Finanças, João Leão, sugerindo Jerónimo de Sousa que o Governo aplique as medidas sociais de apoio previstas no Orçamento do Estado de 2021.
Nas conclusões do comité central, o PCP insistiu nas críticas ao Governo do PS na resposta à epidemia, que acusa de ceder "às manobras e campanhas dos grupos económicos e à agenda do PSD e CDS", para "concretizar projetos reacionários de limitação de direitos".
É ainda sublinhada a "importância das propostas do PCP com medidas de emergência, embora só parcialmente acolhidas" pelo executivo de António Costa, como o pagamento de salários a 100% em situações de 'lay off', o prolongamento do subsídio de desemprego por mais seis meses em 2021 ou a nova prestação social.
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