"A distrital desrespeitou e desprezou por completo a opinião e a indicação da concelhia, querendo impor uma decisão", justificou a presidente demissionária à agência Lusa.
A Lusa tentou obter esclarecimentos do presidente do PSD/Oeste, Duarte Pacheco, que esteve incontactável.
Mafalda Lourenço confirmou que, numa primeira fase, a comissão política concelhia indicou o nome do independente Pedro Antunes, candidato à câmara há quatro anos pelo CDS-PP.
Contudo, referiu, apesar de haver garantias de o PSD vir a liderar a coligação de direita, o nome foi rejeitado pela distrital do PSD/Oeste.
Numa segunda fase, a distrital optou por escolher o nome do vice-presidente da distrital, atual vereador e candidato à câmara em 2013 Hernâni Santos, por ser o mais votado numa sondagem interna efetuada pelo partido.
Nessa sondagem, não constou o nome de Pedro Antunes, nem de outros potenciais candidatos fora do partido, à exceção de independentes eleitos pelo PSD.
"Como não havia acordo de coligação fechado com o CDS-PP, deliberámos não incluir o nome do Pedro Antunes, porque conhecíamos os resultados que conseguiu há quatro anos e também quisemos esgotar os nomes que fossem uma alternativa interna", esclareceu Mafalda Lourenço.
Hernâni Santos confirmou à Lusa que rejeitou ser candidato, por não ter o apoio da concelhia, admitiu também a presidente demissionária.
Numa terceira fase, na reunião da distrital ocorrida esta terça-feira, a concelhia propôs Mafalda Lourenço para cabeça-de-lista, o que não foi aceite pela distrital.
O PSD/Oeste optou por outro candidato, que deverá ser hoje anunciado pela comissão nacional do partido, depois de homologado pela estrutura distrital.
Apesar da polémica interna, Mafalda Lourenço assegurou que o cabeça-de-lista que for apresentado "não terá a oposição dos órgãos demissionários, nem dos militantes" da Lourinhã, no distrito de Lisboa.
Na corrida autárquica à Câmara da Lourinhã foi anunciado até agora Renato Henriques, pelo Chega.
Este município é presidido por João Duarte Carvalho, eleito pelo PS, partido que nas autárquicas de 2017 elegeu quatro elementos. O PSD obteve três mandatos.
As autárquicas deste ano ainda não têm data marcada, mas, segundo a lei, ocorrem entre setembro e outubro.
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