"O Jorge Coelho tinha essa virtude, era uma pessoa amável, um amigo verdadeiro, sem qualquer troca ou esperança de poder receber benefícios dessas relações de amizade", salientou José Pacheco Pereira em declarações ao canal TVI 24.
Jorge Coelho e José Pacheco Pereira foram 'colegas' no programa televisivo 'Quadratura do Círculo', da SIC Notícias e TSF, onde criaram essa amizade.
O comentador político recordou ainda o "momento mais difícil enquanto comentador" quando criticou Jorge Coelho pela saída deste do programa televisivo para "entrar no mundo dos negócios na Mota Engil".
"Sempre achei mal e critiquei-o. Custava imenso porque era difícil criticar uma pessoa amiga. Fiz essa crítica frontal e ele veio mais tarde a elogiar-me pela critica. Esse momento difícil aproximou-nos muito", salientou.
Pacheco Pereira recordou ainda que Jorge Coelho era "muito fiel à sua terra" e "um defensor do interior do país e da sua região".
"Instalou em Mangualde [distrito de Viseu] uma queijaria e falávamos muito sobre queijos. Fez um esforço grande para criar Era um homem muito genuíno", acrescentou.
Jorge Coelho, ministro dos governos liderados por António Guterres entre 1995 e 2002, morreu hoje, aos 66 anos, segundo fonte do PS, vítima de paragem cardíaca fulminante.
Jorge Coelho foi ministro de três pastas: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da Presidência e do Equipamento Social.
A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas de outubro de 1995.
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho era empresário, mas continuou sempre a acompanhar a atividade política, como comentador de programas como a Quadratura do Círculo, na SIC Notícias e TSF, mas também como cidadão.
Jorge Coelho marcou a atividade política ao demitir-se do cargo de ministro do Equipamento do executivo de António Guterres após a queda da ponte de Entre-os-Rios em 04 de março de 2001, alegando que "a culpa não pode morrer solteira".
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