Jerónimo de Sousa é um dos participantes na marcha do Dia do Trabalhador que está a decorrer, esta tarde, em Lisboa, e, aos jornalistas, começou por destacar que "havendo estabilidade social e resposta aos problemas, naturalmente, qualquer cenário de crise será afastado".
Neste 1.º de Maio, em que são lembradas e celebradas as conquistas dos trabalhadores portugueses, o secretário-geral do PCP fez ainda questão de salientar que "se o Governo insiste numa política errada, numa política de secundarização, particularmente, de quem trabalha ou tem o seu pequeno negócio, nós estaremos contra".
E esta é a "disponibilidade" do Partido Comunista. "Não é animados por taticismos, mas sim perante as propostas concretas que agiremos e lutaremos e decidiremos", declarou.
Para Jerónimo de Sousa, "a situação é dramática". E questionou: "Aumentou o desemprego em Portugal, que resposta é que temos para isto? Aumentou a desvalorização dos salários dos trabalhadores, que resposta é que temos para isto?"
O líder comunista recordou ainda, em seguida, o que diz ser a necessidade de "no reforço do Serviço Nacional de Saúde" e de colocar "Portugal a produzir para criar mais emprego". "Que resposta o Governo dará a isto? Estas são as preocupações que temos, verificando que o Governo ficou muito aquém daquilo que anunciava".
"Procuraremos sempre que a vida fique melhor para quem trabalha, para quem trabalhou, para quem tem o seu pequeno negócio. Se o Governo entrar nessa linha, aqui estará o PCP disposto a contribuir para que as coisas avancem", terminou Jerónimo de Sousa.
PCP admite conversar sobre OE2022 sem "bota-abaixismo"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu hoje conversar "sem bota-abaixismos" com o Governo PS sobre o Orçamento do Estado de 2022, mas avisou o primeiro-ministro, António Costa, que o partido "não assina de cruz".
"O Governo e António Costa conhecem-nos. Nós não agimos por cálculos políticos, agimos em conformidade com a realidade, com os problemas", afirmou Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas, à margem da manifestação do Dia do Trabalhador, num comentário à entrevista do primeiro-ministro ao DN, JN e TSF, na qual afastou o cenário de crise política no Orçamento.
De lembrar que mais de mil pessoas desfilaram hoje, a partir das 15h20, entre a avenida Almirante Reis e a Alameda, em Lisboa, no âmbito das celebrações do 1º de maio, organizadas pela CGTP para "lutar pelos direitos e combater a exploração".
A concentração começou no Largo dos Anjos, onde chegaram vários autocarros de diferentes zonas do país, com pessoas para participar no protesto do Dia do Trabalhador.
[Notícia atualizada às 17h31]
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