O Grupo Parlamentar do PSD pediu ao Governo esclarecimentos que a Comissão Técnica de Vacinação (CTVC) não deu relativas aos critérios para a definição de grupos a vacinar na 2ª fase do Plano de Vacinação contra a Covid-19.
No documento, os sociais-democratas lembram que a 5 de maio foi ouvida a Comissão Técnica, numa audição conjunta da Comissão de Saúde com a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social, "mas há questões, da maior relevância, que ficaram por esclarecer".
“Na norma sobre a vacina da AstraZeneca que finalmente foi publicada está bem explícito que a vacina pode ser administrada a pessoas com menos de 60 anos de idade, que assim o desejem, desde que sejam devidamente informadas sobre os benefícios e os riscos, e concedam expressamente o seu consentimento informado. O mesmo é dito em relação à vacina da Janssen, que é recomendada a maiores de 50 anos (norma 004-21), mas autorizada a quem voluntariamente a deseje tomar", referem.
Com efeito, no entendimento do PSD, "importa esclarecer se Portugal permitirá que os cidadãos que voluntariamente queiram levar a vacina da AstraZeneca ou da Janssen o possam fazer, como já acontece, por exemplo, no Luxemburgo, processo que contribuiria para a eliminação do desperdício de vacinas e a aceleração do ritmo de vacinação e consequente obtenção da meta da imunidade de grupo”, refere o documento.
Defendem os parlamentares, para lá disso, que "está por esclarecer" também "a orientação para a segunda inoculação das pessoas com menos de 60 anos que foram vacinadas com uma primeira dose de vacina AstraZeneca, nomeadamente, se levarão a segunda dose no timing previsto, completando o esquema vacinal ao fim de três meses, ou se está a ser pensada uma solução alternativa”.
Os deputados 'laranjas' esclarecem que "têm recebido várias informações sobre práticas contraditórias no terreno, relativamente à vacinação de pessoas que já tenham contraído o vírus".
Desde o início do processo de vacinação, pode ainda ler-se, "já existiram várias orientações diferentes em relação aos utentes infetados: inicialmente, previa-se que fossem vacinados com as duas doses de vacina, sobretudo nos lares e instituições equiparadas; mais tarde a indicação foi para não se vacinar de todo e, atualmente, a norma 002-21 da DGS indica que os utentes que tenham sido infetados devem ser inoculados com uma dose (por razões de escassez de vacinas e não científicas), à exceção dos doentes imunodeprimidos, a quem deve ser administrado o esquema vacinal completo".
À bancada social-democrata têm chegado, inclusive, relatos "de situações, nomeadamente em lares, em que todos os utentes foram inoculados com as duas doses, mesmo tendo tido Covid-19, outros a quem só foi administrada uma dose e outros ainda em que lhes foi negada a vacinação por estarem 'alegadamente imunizados' pela infeção prévia".
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