"Eu não ouvi as declarações e tenho estado, como sempre disse, muito empenhado na governação da cidade, na resolução dos problemas da cidade e dos munícipes. E é isso que continuarei a fazer, é essa a minha obrigação", afirmou à agência Lusa o autarca socialista.
Fernando Medina falava hoje, ao final da tarde, à margem de uma visita ao jardim do Calhariz Novo, na freguesia de Benfica, e a um campo de basquetebol intervencionado com arte urbana.
"Ainda estamos numa fase muito exigente da pandemia. Estamos também numa fase de reabertura da cidade, que é o que procuramos fazer com segurança, mas não tendo ouvido [as acusações] tenho a certeza absoluta que foram declarações com muita elevação e sempre pela positiva", considerou, escusando-se assim a responder às acusações de Carlos Moedas (PSD).
Na quinta-feira, o líder da coligação Novos Tempos à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, acusou Fernando Medina de não ouvir os munícipes.
"Como engenheiro, aquilo que olho para esta cidade penso, aquilo que falta a Fernando Medina, aquilo que falta a esta câmara municipal é sem dúvida a visão, que não tem, a execução, que também não tem, e a participação das pessoas que nunca teve", defendeu o cabeça de lista da coligação que junta PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança à Câmara de Lisboa.
Carlos Moedas falava no jardim da Estrela, onde PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança assinaram o acordo de coligação à Câmara de Lisboa, numa iniciativa que contou com a presença e intervenções dos líderes dos cinco partidos.
Dando alguns exemplos de obras na cidade que considera que não tiveram a participação dos munícipes, Moedas destacou iniciativas como "o projeto das Torres do Restelo" e a ciclovia da Avenida Almirante Reis, que tem sido alvo de sucessivas críticas.
"Alguém ouviu as pessoas que todas as manhãs se levantam na Almirante Reis e que vêm à rua completamente bloqueada com uma ciclovia que cria poluição? As ciclovias não são para a poluição, são para retirar a poluição, são para descarbonizar a cidade", considerou.
O candidato social-democrata disse ainda que "as pessoas não querem mais esta governação da Câmara Municipal de Lisboa" e que "estão cansadas destes 14 anos".
Sobre a taxa de execução das políticas de Fernando Medina, Carlos Moedas acusou o socialista de "nada" fazer, argumentando que em 2019 "estavam 462 milhões de euros previstos para investir na cidade", dos quais apenas 162 milhões foram executados.
"Fernando Medina não tem de facto visão para a cidade. Tem uma visão dos 'rankings' da cidade, tem uma visão que é fazer uma 'check list' e ter não sei quantos quilómetros disto e quilómetros daquilo, tem uma visão para parecer bem aos seus amigos, para parecer bem aos outros, para agradar sobretudo ao Governo", criticou.
"É essa a agenda de Fernando Medina. É agradar ao Governo. Não é uma agenda ao serviço dos lisboetas, é uma agenda ao serviço do Governo", reforçou Carlos Moedas.
Na corrida à presidência da autarquia lisboeta, atualmente presidida por Fernando Medina (PS), estão, além de Carlos Moedas, João Ferreira (CDU), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt) e Nuno Graciano (Chega).
O executivo da Câmara de Lisboa é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (no qual se incluem os Cidadãos por Lisboa), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois do PCP.
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