Em conferência de imprensa no parlamento, em Lisboa, o deputado e vice-presidente da bancada do PSD Luís Leite Ramos apresentou o projeto de resolução (uma recomendação, sem força de lei) "pela recuperação urgente das aprendizagens dos alunos através de uma avaliação rigorosa do impacto da pandemia", defendendo que sejam assegurados "os recursos necessários para que nenhum aluno seja deixado para trás".
"Se a ambição for recuperar isto nas primeiras cinco semanas do próximo ano letivo, naturalmente que nada pode ser feito. Eu acho que este plano tem que ser pensado a três anos", respondeu.
Luís Leite Ramos -- que defendeu que este tema exige "um grande debate nacional, com contributos não só do parlamento e dos partidos políticos, mas também da sociedade civil" -- explicou que o PSD "ficaria de mal consigo próprio" se não fizesse este alerta ou desse o seu contributo para evitar o "erro trágico" que seria as gerações atuais não recuperarem as aprendizagens perdidas devido à pandemia.
"Optamos por fazer parte da solução, contribuir com propostas para que o Governo as incorpore no plano que vier a fazer. Caso o Governo persista nesta ideia de continuar a ignorar ou desvalorizar este problema, o PSD admite a possibilidade de avançar para algumas iniciativas legislativas", disse, quando questionado sobre o porquê de o partido ter avançado com um projeto de resolução e não com um projeto de lei.
Para o PSD, "o Governo tem que de definir globalmente, em termos macro, o que é que quer deste plano de recuperação", sendo urgente fazer a avaliação e o diagnóstico do problema, depois de dois anos letivos afetados pela pandemia de covid-19.
"Estranhamos que o Governo tenha optado por mandatar um grupo para realizar este plano que nós não conhecemos, que está a trabalhar completamente escondido da sociedade, que não haja um debate nacional sobre estas matérias", criticou, lamentando o "secretismo e esta forma de tratar assuntos desta relevância e desta importância".
O problema, de acordo com o deputado do PSD, será outro e, nesse caso, "ainda é pior": "O ministro [da Educação] e o Governo estão a desvalorizar a dimensão do problema", apontou.
Para o social-democrata, "o Governo já começa tarde", insistindo na urgência de "começar por fazer a avaliação e o diagnóstico que fazem falta".
"Quanto mais tarde começarmos, mais problemas teremos", avisou.
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