Pedro Simas já entregou o plano de contingência para preparar Lisboa para eventuais pandemias no futuro.
No documento, enviado esta sexta-feira às redações, o especialista começa por destacar que, na atual pandemia da Covid-19, "nem sempre a decisão foi guiada pelos dados e conhecimento da ciência" e que, em Lisboa, a pandemia revelou quatro fragilidades: a sobrecarga do sistema de saúde; a proteção dos grupos de risco; o funcionamento da cidade com os diferentes níveis de confinamento e a dificuldade em comunicar ciência.
Sublinhando que "Lisboa pode estar mais bem preparada para uma futura pandemia", Pedro Simas defende que, para isso, a cidade tem de assegurar "quatro grandes tarefas". São elas: conseguir gerir um elevado e repentino número de pessoas doentes; identificar e proteger os grupos de risco; funcionar com diferentes níveis de restrição de movimento dos seus cidadãos e promover a ciência e a sua comunicação.
O especialista, que elaborou o plano no âmbito da candidatura de Carlos Moedas às eleições autárquicas, defende, por exemplo, que num contexto de restrição da mobilidade, a telemedicina assume uma importância vital. "É também urgente investir nas forças de segurança e na proteção civil, nomeadamente os Bombeiros", lê-se. "Uma Lisboa mais intergeracional poderá basear-se na criação de uma rede de apoio social mais próxima das pessoas e com mais redundância. Sempre que possível, o lar deverá ser a nossa casa", defende o especialista.
Pedro Simas defende ainda consultas de medicina geral e familiar para Lisboetas com mais de 60 anos, pequenas lojas de cidadão de proximidade, viver na proximidade do trabalho, internet grátis em Lisboa. O documento faz também menção ao risco sísmico na capital, alertando que "para tornar Lisboa mais preparada aos terramotos é urgente rever o RMUEL [Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa]".
O virologista sugere um prémio anual de ciência e arte para os alunos das escolas da cidade, lembrando a importância da ciência durante a pandemia da Covid-19. "A rede de laboratórios científicos evitou quase 900 surtos de COVID-19 em lares de todo o país", lê-se.
Por fim, conclui que "para uma cidade estar mais preparada para um risco global é essencial que seja uma cidade equilibrada e inclusiva".
Para Carlos Moedas, "este é um documento que pode contribuir para Lisboa estar mais bem preparada dando previsibilidade, segurança e confiança social e económica aos lisboetas".
O candidato à Câmara Municipal de Lisboa afirma, numa nota enviada às redações, que "a impreparação e falta de liderança revelada por Fernando Medina nas últimas semanas demonstra bem a necessidade de Lisboa estar mais bem preparada para minimizar os impactos em setores fulcrais na cidade como a hotelaria, a restauração, o comércio local ou a capacidade de resposta das unidades de saúde".
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