"Governo não pode continuar preso e condicionado" pelas farmacêuticas

O secretário--geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o Governo está manietado em relação à União Europeia e multinacionais farmacêuticas na aquisição de vacinas contra a Covid-19.

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Lusa
28/05/2021 22:37 ‧ 28/05/2021 por Lusa

Política

Jerónimo de Sousa

 

A acusação foi feita hoje pelo secretário--geral do PCP durante a apresentação da candidatura da CDU à presidência da Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e às juntas de freguesia do Seixal, distrito de Setúbal.

"O Governo português não pode continuar preso e condicionado pela opção da Comissão Europeia e das multinacionais farmacêuticas em relação à compra de outras vacinas disponíveis. A epidemia e os que dela se aproveitam ampliaram os problemas com que há muito o país estava confrontado e agravaram de forma muito aguda os problemas nacionais", disse.

"Exige-se que, para lá do poder local, se construa outra política nacional, um futuro que tem de ser construído denunciando as opções de submissão à União Europeia e aos interesses do grande capital que o Governo PS mantém e que impede a resposta aos problemas nacionais, e combatendo os projetos reacionários do PSD, CDS e seus sucedâneos", vincou, perante uma plateia de cerca de 300 pessoas.

"Não fosse a ação e intervenção do PCP e a luta que se vai travando e a sua iniciativa e proposta no âmbito do orçamento do Estado e a situação vivida por milhares de portugueses seria ainda mais grave. Há quem queira fazer esquecer, mas, se há cerca de 300 mil trabalhadores em 'lay-off' a receberem o seu salário a 100 por cento foi porque o PCP o garantiu com a sua iniciativa e proposta", reivindicou.

O secretário--geral dos comunistas acusou ainda o PS de não cumprir com os compromissos assumidos.

"O que está dependente da execução do PS continua hoje a ser arrastado ou mesmo revertido. É o caso dos investimentos na Saúde, particularmente nos hospitais e centros de saúde que continuam adiados ou em parte incerta", disse.

Jerónimo de Sousa deu como exemplo o caso do futuro hospital do Seixal, arrancando os aplausos da assistência que esteve presente na Praça 1.º de Maio, junto à baía do Seixal.

"Veja-se há quanto tempo se aguarda pela construção do há muito adiado hospital do Seixal inscrito no orçamento de há quatro ou cinco anos. É inaceitável que o Governo queira enganar os seixalenses quando não cumpre o que está acordado", acusou.

O dirigente comunista considera que existem outras áreas para lá da Saúde que terão de ter uma atenção diferente por parte do Governo liderado por António Costa.

"Os atrasos e limitações não se ficam por aqui. O Governo tem colocado entraves para a concretização de outras medidas inscritas no orçamento e que tarda em concretizar, seja a contratação de pessoal nas várias áreas previstas, como Educação, forças e serviços de Segurança, Justiça, Proteção Civil, seja o fim da discriminação das micro, pequenas e médias empresas no acesso aos apoios que continuam por concretizar", referiu.

Joaquim Santos, que se recandidata pela CDU à presidência da Câmara Municipal do Seixal, explicou na sua intervenção as razões pelas quais considera merecer novamente a confiança da população daquele concelho da margem Sul do Tejo.

"Só o projeto autárquico da CDU está em condições de responder aos interesses das populações, trabalhadores e instituições do concelho, uma vez que tem um projeto coletivo do desenvolvimento do concelho do Seixal e os outros só têm projetos pessoais ou de grupo como se constata nos concelhos vizinhos sob gestão do PS", afirmou.

As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas, segundo a lei, realizam-se entre setembro e outubro. 

  

Leia Também: Pedrógão Grande: PCP diz que populações ainda esperam por apoios

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