Vasco Cordeiro acusa Açores de "falta de competência" na vacinação

Ponta Delgada, Açores, 29 mai 2021 (Lusa) -- O líder do PS/Açores pediu na sexta-feira o regresso da avaliação epidemiológica por cadeias de transmissão, criticando a "falta de competência na organização do processo de vacinação" contra a covid-19.

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Lusa
29/05/2021 06:01 ‧ 29/05/2021 por Lusa

Política

Covid-19

 

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"Acho que hoje está demonstrado à evidência que não temos um problema de falta de vacinas, temos é um problema de falta de competência de organização no processo de vacinação ao mais alto nível", afirmou o presidente do PS dos Açores.

Para Vasco Cordeiro, "isso tem de ser mudado o mais rapidamente possível, porque os Açores são das regiões do país que têm uma percentagem de vacinação mais lenta, mais reduzida".

"Isso é fundamental, obviamente, pela parte sanitária, pela defesa de cada uma das pessoas, mas também para que rapidamente possamos entrar numa fase de recuperação dos efeitos económicos e sociais desta pandemia", prosseguiu.

O líder da estrutura açoriana do Partido Socialista falava aos jornalistas, na sexta-feira à noite, depois da reunião da Comissão Regional do partido.

Dos pontos de agenda constavam a remarcação da data de realização do próximo Congresso Regional, que foi adiado de julho deste ano para fevereiro de 2022, as eleições autárquicas, mas também a "análise da atual situação política".

Segundo adiantou o dirigente, foram debatidas "algumas questões que suscitam preocupação" ao partido, começando pela "situação pandémica (...), quer na componente sanitária, quer na componente dos efeitos económicos e sociais" causados pelo combate à propagação do novo coronavírus.

Da reflexão sobre o que é que o partido faria se tivesse "essa responsabilidade", chegaram também outras propostas, como a mudança da avaliação da evolução epidemiológica na região.

O PS considera "essencial que se retome a avaliação por cadeias de transmissão, e não por transmissão comunitária, porque isso permite que as medidas de contenção, mesmo aquelas que são mais restritivas, possam ser feitas de forma mais individualizada e mais focada", além de permitir "reforçar a confiança", afirmou Cordeiro.

Na componente mais económica, frisou "a necessidade de se começar a planear já (...) a preparação da retoma, por exemplo, no setor turístico", afirmando que esta já vai "com atraso".

"Nós assistimos a uma coisa absolutamente surpreendente -- a Madeira vem buscar turistas aos Açores, mas não se sabe se os Açores estão, por exemplo, a promover e a ir buscar turistas à Madeira", referiu.

O dirigente reconheceu que essa promoção naquele arquipélago "não resolve todo o problema, é verdade, mas é um mercado que ajuda a recompor".

"E tanto ajuda, que a Madeira está a fazer exatamente isso", rematou.

Os Açores têm atualmente 277 casos ativos de covid-19, sendo 272 em São Miguel, dois no Pico, um na Terceira, um no Faial e um em São Jorge.

Com a ilha de São Miguel em contexto de transmissão comunitária, não há qualquer cadeia de transmissão ativa, tendo-se extinguido 202 até ao presente.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 5.486 casos positivos de covid-19.

Recuperaram da doença 5.046 pessoas e 33 morreram.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.513.088 mortos no mundo, resultantes de mais de 168,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.023 pessoas dos 847.604 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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