De acordo com Francisco Tavares, o resultado líquido do CDS-PP no ano passado foi de 244.400 euros, o que representa "o melhor resultado líquido pelo menos desde 2014".
Em 2019, o valor era negativo e rondava os 227.750 euros.
"Tínhamos estrutura de custos muito elevada", afirmou Francisco Tavares, apontando "tem havido um esforço contínuo" para diminuir as despesas e adaptá-las à situação do partido.
Entre os exemplos onde o partido poupou contam-se a "diminuição de custos nas sedes", incluindo na sede nacional, em Lisboa, e foi dada primazia aos meios digitais para a comunicação com os militantes e para a convocação de eleições, por forma a diminuir os custos com os correios.
De acordo com o secretário-geral, este plano de reestruturação está pensado para ser executado até ao início do próximo ano, quando termina o mandato da atual direção, e "a ideia é chegar ao final com a estrutura de custos adaptada à situação financeira do partido".
Apontando que o "esforço foi feito e continua a ser feito", o centrista salientou que "dada a situação dramática" em que a equipa do presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, encontrou o partido, "não se estava à espera que a situação ficasse alterada num ano, especialmente num ano de pandemia".
"Mas contrariámos a tendência de declínio que o partido tinha", frisou, apontando que "a situação é positiva".
Francisco Tavares sublinhou igualmente uma "preocupação com a credibilização do partido" junto do bancos, considerando que isso foi conseguido e que a "prova disso é a obtenção de financiamento para as eleições autárquicas".
No que toca ao passivo do CDS-PP, a 31 de dezembro de 2020 era de um milhão e 375 mil euros, e aumentou face a 2019, quando se situava em um milhão e 276 mil euros.
O secretário-geral do CDS justificou este aumento com os custos do congresso, que decorreu no início do ano passado, em Aveiro, as despesas com a reestruturação e com as despesas associadas à alienação de um imóvel.
Já o ativo aumentou de 435 mil euros em 2019 para um milhão e 162 mil euros no final de 2020.
Em 2020 o partido também recebeu menos subvenção pública anual, que ficou nos 646 mil euros, quando em 2019 foi de um milhão e 242 mil euros.
O Conselho Nacional do CDS está hoje reunido por videoconferência para discutir e votar as contas de 2020, bem como os primeiros acordos de coligação para as eleições autárquicas.
Na intervenção que fez na abertura desta reunião, a partir da sede nacional do partido, em Lisboa, o presidente do CDS-PP destacou que a sua "equipa jovem e competente" conseguiu "em apenas um ano fechar as contas com resultados positivos, reduziu a dívida e recuperou a credibilidade do CDS junto da banda".
Francisco Rodrigues dos Santos, que falava perante os jornalistas, destacou que o relatório de contas de 2020 "é um documento rigoroso, credível e que recupera a situação financeira verdadeiramente dramática em que o partido se encontrava" quando iniciou o mandato (no início do ano passado).
"O esforço que temos vindo a fazer é extremamente exigente porque encontrámos uma situação financeira verdadeiramente devastadora", sublinhou, assinalando que o CDS-PP "tinha um passivo muito avultado" e "vivia num verdadeiro estrangulamento" ao nível da tesouraria, o que "tornava a missão de sanar as contas praticamente uma tarefa impossível".
Apontando que num ano de pandemia, eleições regionais nos Açores e de preparação das eleições autárquicas, "estes resultados revestem ainda um significado mais especial, digno de elogio e de registo", deixando de seguida um agradecimento ao secretário-geral, "reconhecendo o trabalho hercúleo" de Francisco Tavares, "muitas vezes em circunstâncias extremamente austeras e deficitárias".
[Notícia atualizada às 21h59]
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